Paris - Especialistas antiterroristas franceses estão investigando uma tentativa de extorsão sob ameaça enviada ao jogador de futebol internacional Bixente Lizarazu, numa carta que ostentava a insígnia do grupo separatista basco ETA, informaram as autoridades francesas nesta quarta-feira.

A carta acusou o zagueiro campeão mundial de ganhar a vida trabalhando ``para um opressor que o paga com dinheiro roubado do povo basco''.

``A notícia é absurda'', disse o primeiro-ministro francês, Lionel Jospin. ``Estou certo de que Lizarazu vai reagir com calma.''

Fontes judiciárias francesas disseram que a unidade antiterrorista da promotoria pública está verificando a origem da carta endereçada a Lizarazu via a sua família, na região basca da França, onde o jogador nasceu.

As mesmas fontes sustentam que a investigação vai procurar primeiro saber se as ameaças realmente vieram do ETA, ao qual foram atribuídos 21 assassinatos na Espanha este ano, em sua campanha por um Estado basco separado na região que abrange a fronteira entre Espanha e França.

A polícia confirmou que a carta foi enviada de Paris para a família de Lizarazu na segunda-feira passada. Também confirmou que a carta, escrita em basco, inclui as seguintes ameaças: ''Você tem sido bem pago para vestir a camisa de um opressor com dinheiro roubado do povo basco e da região basca”.

``Em vista desses pagamentos inimigos, o ETA lhe escreve porque tem grandes necessidades econômicas para poder levar adiante a sua luta.

``Uma não resposta de sua parte poderá levar a uma reação contra você e os seus bens.''

Lizarazu, que também integrou a seleção francesa que ganhou o Campeonato Europeu, não comentou a carta. Mas o seu clube, o Bayern de Munique, disse que a polícia alemã foi informada da ameaça.

``Bixente Lizarazu informou o clube que recebeu uma carta do ETA contendo ameaças. A polícia alemã foi informada do conteúdo da carta. A segurança já tomou as medidas apropriadas'', disse o clube.

``Por favor, aceitem que Bixente Lizarazu, por razões compreensíveis, não queira fazer outros comentários sobre o assunto.''

Reuters