Rio - O ex-técnico do Vasco Oswaldo de Oliveira afirmou que deixou o clube por não aceitar que o vice-presidente Eurico Miranda interferisse na sua função. Ele negou que tivesse desrespeitado a hierarquia do Vasco, como afirmou o dirigente.
“Não desrespeitei nenhuma hierarquia, porque o dirigente tem poder sobre os cargos, mas não sobre as funções dos cargos. Definir escalação e esquema tático, por exemplo, é uma atribuição minha. O Eurico tentou mudar algo que eu havia determinado sem me consultar”, explicou Oswaldo no aeroporto Santos Dumont, antes de embarcar para São Paulo.
O técnico disse que poderia aceitar a mudança da apresentação dos jogadores se Eurico tivesse conversado com ele antes de tomar a decisão. Oswaldo queria que o elenco estivesse em São Januário na tarde de segunda-feira, mas o dirigente alegou que a semana era decisiva e portanto os jogadores deveriam se apresentar ainda no domingo. A divergência acabou levando o vice-presidente vascaíno a demitir o treinador.
Oswaldo se disse triste por deixar o comando do Vasco quando o time está na final da Copa Mercosul e na semifinal da Copa João Havelange, mas garante que não ficou magoado com a atual diretoria. “Não estou magoado, mas fico triste por sair em um momento decisivo. O ideal é que não houvesse mudanças, porém o Vasco tem um grande time e tem todas as condições de vencer Palmeiras e Cruzeiro na próxima semana”, disse o treinador, que não descartou a hipótese de voltar ao clube no futuro. “Claro que poderia voltar ao Vasco. Por que não?”
Ele discordou de algumas críticas feitas por Eurico, principalmente o fato de não ter aprovado o cumprimento a Luiz Felipe Scolari antes da partida contra o Cruzeiro: “Eu cumprimento todos os treinadores, principalmente quando meu time atua em casa. Essa é uma atitude da qual sempre fiz questão. O mundo já tem violência demais por aí, por isso temos de mostrar que o jogo é disputado somente em campo”.