Rio - Álvaro Dias reagiu com tranqüilidade ao que foi dito por Eurico Miranda, que pode recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) por causa da decisão da CPI do Futebol, no Senado, de quebra de sigilo bancário de diversos dirigentes do futebol brasileiro, inclusive o do próprio presidente eleito do Vasco. O senador declarou que "qualquer cidadão tem direito de fazer o mesmo".
"Vivemos em um estado democrático e a Constituição garante o direito de defesa a qualquer cidadão. Quem se julgar prejudicado, pode recorrer. Vamos acatar todas as decisões da Justiça. Nossa intenção com a quebra do sigilo bancário, fiscal e telefônico é dar condições aos clubes, federações e dirigentes de provarem que estão corretos. Quem não deve, não teme. Aqueles que provarem que estão limpos, a CPI dará publicamente o atestado de honestidade, de que se trata de uma pessoa limpa. No entanto, aqueles que provarmos que estão errados, vamos encaminhar o caso para o Ministério Público", afirmou Álvaro Dias (PSDB/PR).
Álvaro Dias evitou falar no nome do deputado Eurico Miranda (PPB/RJ) e elogiou Kléber Leite, ex-presidente do Flamengo. "Assim que ele leu que estávamos pensando em investigar as negociações que o Flamengo fez na época em que presidiu o clube, Kléber Leite nos ligou oferecendo toda a documentação necessária", declarou.
O presidente da CPI do Futebol, no Senado, disse que somente os depoimentos não são suficientes. "Temos que investigar e pedir a quebra do sigilo bancário, telefônico e fiscal a fim de conseguirmos reunir provas. São instrumentos importantíssimos, assim como os depoimentos. Através destes documentos, posso garantir que nada vai acabar em pizza", disse o senador. Álvaro Dias lembrou que em alguns casos a CPI do Futebol, no Senado, pede ajuda à AGU (Advocacia Geral da União) para realizar investigações no exterior.
Com relação ao depoimento do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, Álvaro Dias teve esta impressão. "Acho que o depoimento do Ricardo Teixeira teve pontos positivos e alguns contra a CBF. Ele provou que os contratos não são tão vantajosos como se disse anteriormente. Ficou provado que falta profissionalismo e que no futebol brasileiro se trabalha com déficit", afirmou ele.
Álvaro Dias afirmou que foi surpreendido por uma parte do depoimento de Ricardo Teixeira.
"Eu achei curioso o fato de a CBF ter precisado pegar dinheiro emprestado no exterior com taxas mais altas do que as cobradas no Brasil", finaliza ele.