São Paulo - A decisão da diretoria do Palmeiras de dar férias aos jogadores apenas durante o período entre os dias 21 de dezembro e 4 de janeiro não agradou nem um pouco aos atletas, que esperavam descansar durante 30 dias, conforme determina a legislação. Um dos mais experientes do grupo e líder do elenco, o meia Galeano, tentou conversar com o técnico Marco Aurélio sobre a reinvidicação dos atletas, mas de nada adiantou pois o assunto foge das atribuições do treinador. Agora, Galeano, representando os jogadores, deverá procurar os dirigentes para uma conversa.
"É um absurdo ficarmos poucos dias de férias. O jogador de futebol no Brasil é sempre prejudicado. Disputamos cinco competições no primeiro semestre e mais duas no segundo. Alguma coisa precisa ser feita", disse Galeano.
Rinaldo Martorelli, presidente do Sindicato dos Jogadores Profissionais do Estado de São Paulo, garante que a entidade só poderá tomar qualquer decisão sobre o assunto se for procurado oficialmente pelos jogadores palmeirenses.
"Caso o Sindicato seja procurado pelos atletas, vamos buscar defender o direito deles de terem um período de descanso previsto pela lei. Para isso, vamos recorrer à vara trabalhista e, se não adiantar, iremos até o Tribunal Regional do Trabalho. Mas volto a dizer que só teremos autoridade para fazer isso se formos procurados pelos jogadores", afirmou Martorelli.
Mas a hipótese de brigar na Justiça só é levantada pelo presidente do Sindicato num caso extremo. Martorelli lembrou que os próprios atletas do Palmeiras passaram por um problema parecido em 1998, quando disputaram a decisão da Copa Mercosul, contra o Cruzeiro, na semana entre o Natal e o Reveillon. Na ocasião, os palmeirenses conquistaram o título e o direito de terem 30 dias de férias.
"Em 1998, mesmo entrando de férias no fim de dezembro, todos os jogadores do Palmeiras tiveram 30 dias de descanso. Mas isso aconteceu porque o Luiz Felipe Scolari, que era o treinador na época, fez uma escala que beneficiou a todos os atletas. Acredito que isso possa ser resolvido na conversa", afirmou Martorelli, lembrando que no início desse ano, por intermédio da disputa do I Mundial de Clubes, os jogadores do Corinthians não tiveram férias, mas não procuraram o Sindicato.