Rio - O presidente da Comissão Nacional de
Árbitros, Armando Marques, usou seu depoimento na CPI da Câmara, que
investiga supostas irregularidades no futebol brasileiro, para se defender
das acusações feitas pelo ex-árbitro Francisco Dacildo Mourão. No início do
depoimento os deputados exibiram um vídeo em que Armando, durante uma
preleção aos árbitros, afirma que existem coisas que o árbitro deve ver e
outras que ele não deve ver.
Para se defender do que disse na fita, Armando justificou que se
expressa de forma emocional e que não foi sua intenção dizer que os árbitros
devem deixar de fazer determinadas marcações para beneficiar algumas
equipes. “ Não estava querendo beneficiar equipes. Falei apenas que os clubes
ganham muito dinheiro por finais de campeonato que disputam e que por isso
os árbitros sofrem muita pressão. Justamente por isso eles precisam ter
capacidade para realizarem boas arbitragens”, afirmou Armando.
O presidente da Comissão Nacional de Árbitros lembrou também que
nunca recebeu nenhum dirigente de futebol em sua sala justamente para evitar
pressões. Perguntado se já tinha ouvido falar sobre esquemas de arbitragem
para beneficiar alguns clubes, Armando respondeu em tom irônico. “ Já ouvi falar em Chapeuzinho Vermelho e em Lobo Mau, mas nada foi
comprovado”, ironizou Armando.
Armando rebateu também as acusações de que tenha qualquer tipo de
preconceito contra árbitros nordestinos. “ Desde que assumi, o Wilson de Souza Mendonça, que é pernambucano,
foi para o Mundial Sub-20. O Arnaldo Menezes, auxiliar da Bahia, trabalhou
na Copa do Mundo de 1998. O Sidrack Marinho, de Sergipe, foi do quadro da
Fifa. Então não tenho preconceito contra os nordestinos. O substituto do
Sidrack só não foi nordestino porque naquele momento o mais capaz para
substituí-lo era de outra região”, afirmou Armando.