São Paulo - A CPI da Nike decidiu investigar o contrato entre a Comissão de Arbitragem da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e a empresa de material esportivo Penalty, que patrocina os árbitros, informou a Agência Câmara nesta quarta-feira.
Em depoimento na terça-feira, o presidente da Comissão de Arbitragem, Armando Marques, negou ter qualquer conhecimento de esquemas para manipular resultados de jogos envolvendo árbitros, mas não conseguiu convencer os deputados da CPI, que pediram uma cópia do contrato da Comissão com a Penalty.
"O depoimento dele foi marcado pelo autoritarismo e, definitivamente, as coisas não foram explicadas", disse o deputado Pedro Celso (PT-DF) segundo o site da Câmara na Internet.
A CPI também ouviu o ex-árbitro da Fifa Francisco Dacildo Mourão. Ele confirmou a suspeita de que os árbitros alteram a idade em documentos para conseguir vaga na Fifa.
Dacildo explicou que pelo menos dois árbitros diminuíram a idade para se encaixar no limite de 40 anos imposto pela Fifa -- casos que, segundo Marques, foram resolvidos na Justiça.
A CPI da Nike foi instalada no dia 17 de outubro na Câmara dos Deputados para investigar inicialmente o contrato entre a CBF e a fabricante de materiais esportivos Nike e já ouviu jornalistas, o ex-presidente da Fifa, João Havelange, empresários e ex-jogadores, entre outros.
Agora, os deputados passaram a analisar também denúncias de manipulação na escolha de árbitros para a Copa João Havelange.