Porto Alegre - Ronaldinho vale um desatino financeiro? O Grêmio estaria disposto a comprometer suas finanças, fazendo uma proposta fora dos padrões habituais do Sul para conservar no Estádio Olímpico um dos maiores astros do futebol brasileiro e internacional? Mesmo que isso tire o sono dos torcedores, o presidente José Alberto Guerreiro é enfático:
"O Grêmio não fará loucuras."
Loucura, na concepção de Guerreiro, é pagar salários astronômicos, algo em torno de R$ 250 mil ou R$ 300 mil, mesmo para um jogador como Ronaldinho. O presidente do Grêmio confia em uma acomodação do mercado. Os primeiros a caírem na realidade são os treinadores, que podem exercer sua atividade até mesmo por várias décadas, diz Guerreiro.
"Jogadores podem pedir mais, pela duração da carreira. Mas é preciso respeitar limites", alerta o presidente do Grêmio.
Até o dia 15 de janeiro, Roberto de Assis Moreira, o Assis, irmão e procurador de Ronaldinho, estará sendo convocado para uma reunião no Olímpico, quando ouvirá a proposta do Grêmio para a renovação do contrato. Atualmente, o jogador custa ao clube R$ 45 mil mensais, salário bem menor do que é pago a jogadores que produziram infinitamente menos nesta temporada, caso de Paulo Nunes, que recebe cerca de US$ 120 mil.
A lei determina que, até 30 dias antes do encerramento do contrato de um jogador profissional, o clube é obrigado a manifestar, via proposta, a intenção de renovar o contrato.
O Grêmio não quer pensar, por enquanto, em batalhas jurídicas em torno dos direitos de Ronaldinho sobre o passe, beneficiado com a alteração na Lei Pelé, a partir de 24 de março de 2001. Tem certeza de que o jogador, criado no Estádio Olímpico, do mesmo modo que Assis, não pretende deixar Porto Alegre. Por via das dúvidas, prepara uma proposta não inferior a R$ 150 mil.