Rio - Depois de um período de silêncio, desde que foi vendido ao Benfica, o meia Roger resolveu soltar o verbo contra os dirigentes do Fluminense. Em entrevista à Rádio Globo, nesta segunda-feira, o jogador, que embarca na quarta-feira para Portugal, acusou os dirigentes tricolores de tentarem jogá-lo contra a torcida.
”No dia 11 de outubro, no jogo contra o Grêmio, já havia enviados do Benfica aqui no Brasil para me observar. No dia 12, os dirigentes do Fluminense se reuniram com representantes do então candidato à presidência do Benfica, Manuel Vilarinho, e acertaram tudo. Eu não sabia de nada e estava pensando apenas na Copa João Havelange. No dia 13, meu procurador (Mauro Azevedo) me apresentou a proposta e assinei. A venda só não seria concretizada se Vilarinho não fosse eleito”, disse Roger.
O jogador, que já realizou exames médicos no Benfica, espera voltar à Seleção Brasileira. Do Fluminense, ele garante que não guarda mágoa, apesar da forma como foi tratado pela diretoria.
”O Fluminense precisava de dinheiro e achou melhor me vender. A torcida fez pressão contra, mas se o clube não fizesse o negócio pagaria US$ 1 milhão por imposição da Fifa, pois já estava tudo certo desde outubro. Então, a única maneira encontrada pela diretoria foi me jogar contra a torcida. Sempre sonhei em jogar na Europa, mas não fiz pressão. Faltou um pouco de respeito, só que eu não guardo mágoa de ninguém. O meu desejo é conquistar a torcida do Benfica e voltar à Seleção Brasileira.”
Roger acredita que a tentativa da diretoria do Fluminense não encontrou força na torcida. Antes mesmo de sair do Brasil, ele já sente saudades.
”A torcida não é boba e reconhece o que fiz pelo clube. Peguei o Fluminense no fundo do poço, nas Segunda e Terceira Divisões, mas consegui reerguê-lo. O carinho não acabou e vejo isto nas ruas. A torcida vai sentir minha falta, assim como eu sentirei falta do clube”, afirmou.
A identificação de Roger com a camisa tricolor foi tanta, que ele promete um dia voltar a jogar pelo clube.
”A camisa do Fluminense é tudo para mim. Foi o clube que me projetou, que me levou à Seleção Brasileira, que me levou a disputar as Olimpíadas, que me fez ter um grande nome no futebol brasileiro e que me levou a uma transferência para a Europa. Disto eu nunca vou esquecer. Pretendo num futuro próximo voltar ao Fluminense, pois aqui é minha casa.”