Rio - A ceia de Natal de boa parte dos clubes cariocas não será das melhores este ano. Eles tentam colocar os salários em dia enquanto jogadores e comissões técnicas se viram como podem para garantir as festas de fim de ano apesar dos atrasos. E as dívidas não são exclusividade daqueles que ainda não fecharam parcerias.
Considerados potências financeiras devido aos contratados que têm com empresas multinacionais, alguns desses clubes também enfrentam a triste realidade de cofres vazios e uma pilha de promissórias vencidas.
Nem mesmo o Vasco, que conta com a valiosa ajuda do Bank of America, está em dia. A diretoria do clube não admite os atrasos e prefere dizer que o clube é bem administrado. Mas a verdade não é bem essa. O técnico Oswaldo de Oliveira, por exemplo, quando foi demitido, revelou que já estava há dois meses sem receber. Pelo menos agora, com os US$ 4,6 milhões recebidos pela conquista da Copa Mercosul, o Vasco poderá amortizar as dívidas.
O Flamengo, que também deveria estar com os cofres abarrotados, também passa por uma situação não de instabilidade. O problema é que, para montar o supertime que fracassou na Copa João Havelange e na Mercosul, o clube antecipou recursos que seriam destinados pela ISL à contratação de jogadores em 2001.
Agora, para pensar em reforços, somente na base do troca-troca. “Qual é a empresa no Brasil que está com todos os compromissos em dia? Os clubes, então, nem se fala”, ameniza o vice-presidente de futebol Walter Oaquim.
Mas o Fluminense, talvez por ter optado por uma política dentro de seus padrões, é a exceção no Rio. Enquanto o Botafogo continua errando ao pagar salários fora de sua realidade, a diretoria tricolor preferiu manter os pés no chão.
“Não podemos cometer loucuras. Por isso o Fluminense vem conseguindo pagar tudo direitinho”, disse o presidente David Fischel, que vem encontrando dificuldades na renovação dos contratos.