Porto Alegre - A quatro dias da largada do 23º Rali Paris-Dacar, que retoma seu percurso original, começando na capital francesa e terminando na do Senegal, as equipes brasileiras fazem os últimos preparativos para a primeira grande aventura automobilística do novo milênio.
Além da Equipe BR Lubrax, com André Azevedo, Klever Kolberg, Juca Bala e Jean Azevedo, o Brasil terá outra dupla com chances de boa colocação. Os paulistas Reinaldo Varela (piloto) e Alberto Fadigatti (navegador) competirão com o jipe brasileiro Troller T5, na categoria T3.2 (protótipos a diesel).
O Paris-Dacar será o primeiro desafio do ano de Varela e Fadigatti, já que a dupla representará o Brasil no Mundial de Rali Cross Country. O campeonato terá, além do Paris-Dacar, mais oito etapas, terminando em novembro, em Dubai. Na última edição do rali, eles sofreram uma grave capotagem no Saara, a três dias da chegada. Fadigatti fissurou duas vértebras. Varela ainda levou o carro até o Cairo, destino da prova em 2000, mesmo sem chances de conseguir uma boa colocação. A principal meta nos primeiros dias do rali será a de superar o trauma do acidente.
"Este ano, voltei com a frustração de não ter completado a prova", disse Fadigatti. "Não esqueci do acidente, mas já o superei. Para não ter medo mesmo, só confiando plenamente no piloto que está ao nosso lado."
Para Varela, o retorno ao Paris-Dacar será uma aventura mais consciente. Segundo ele, a experiência adquirida levou a equipe a se estruturar melhor. A dupla terá dois caminhões de apoio, um mecânico brasileiro exclusivo e mais três espanhóis de prontidão. Ao contrário da edição deste ano, o carro utilizará um motor a diesel, com mais torque e 155 HP.
"Nosso objetivo é terminar entre os cinco primeiros da categoria", comentou Varela, tricampeão do Rali dos Sertões.
O Paris-Dacar terá 11 mil quilômetros de percurso, dividido em 20 etapas e um dia de descanso. A chegada está prevista para o dia 21 de janeiro.