São Paulo - Depois de três semanas de trabalho na academia do técnico Larri Passos, em Balneário Camboriú (SC), o tenista número um do mundo, Gustavo Kuerten, encerrou nesta sexta-feira a preparação para a temporada 2001 com uma entrevista coletiva. Ele embarca para a Austrália no domingo e a partir do dia 15 disputa o primeiro Grand Slam da temporada, o Australian Open, com esperanças de avançar na competição, a única do Grand Slam em que nunca conseguiu passar da segunda rodada.
Confira os principais trechos da entrevista:
Sobre a pré-temporada: "Foram três semanas de dureza, de muito trabalho, em que ficamos o tempo todo só voltado aos treinos. Foram dias de total dedicação e precisamos de muita força mental para ter motivação de acordar todos os dias as 7h para vir treinar. Mas também, agora que terminou tenho certeza que a preparação vai durar a temporada toda e tenho a sensação de que estou pronto para voltar ao circuito."
Sobre o Aberto da Austrália: "Vai ser um desafio para mim. Tomara que eu consiga tirar esse mau olhado, por que afinal é um Grand Slam e é um torneio importante. Esse ano a gente está indo direto para lá, vamos treinar uma semana já no lugar do torneio e tomara que dê certo. Mas, se eu não for bem e tiver a temporada que eu tive em 2000, não tem nenhum problema, eu sei que é só um torneio e tem um monte para jogar no ano todo."
Sobre a pressão de ser o melhor do mundo: "A gente convive com a pressão o tempo todo e eu aprendi a lidar com isso. O cara que não souber lidar com a pressão não consegue chegar lá. Olha só o que eu e o Safin passamos no último torneio, em que tudo foi decidido lá em Lisboa. Ninguém tem como escapar disso. É claro que as pessoas têm sentimentos, porque ninguém é um robô, mas faz parte do nosso dia a dia."
Sobre as metas para 2001: "As minhas metas para 2001 são praticamente as mesmas do ano passado. Os Grand Slams são os torneios mais importantes e eu particularmente adoro Roland Garros. É um torneio que eu tenho chances de ir bem todas as vezes e se tivesse que escolher outro Grand Slam para jogar, escolheria Roland Garros de novo. Outro objetivo para este ano é a Copa Davis também. Acho que a gente tem chances de começar bem, jogando com o Marrocos em casa."
Sobre a fama: "Eu não convivo diretamente com a fama. Acho que a convivência com as pessoas que me cercam e com os meus amigos me fazem continuar assim. O meu dia a dia é normal, não é nada de extraordinário. Se eu tivesse que mudar eu não conseguiria. Sou assim mesmo, relaxado e tranquilo."
Sobre o surfe: "Para ser melhor no surfe eu teria que parar de jogar tênis, porque não tenho tempo."
Sobre ser tema de samba-enredo: "Eu achei super legal ser tema de samba enredo, especialmente por ser uma escola de Florianópolis, que são coisas aqui da terra, que a gente gosta muito. Mas tomara que eu não possa vir para o desfile, o que vai significar que eu ainda vou estar jogando."
Larri, sobre a pré-temporada: "Foi uma pré-temporada fantástica. Todos os jogadores saíram fortalecidos daqui e eu tenho a sensação de ter ajudado o tênis brasileiro, com tantos jogadores que passaram por aqui. Me deu uma satisfação muito grande ver que a Miriam D’Agostini, que passou uma semana aqui com a gente, a única mulher que veio treinar aqui, está nas quartas-de-final de um torneio em São Paulo. Deu para ver que o trabalho que a gente fez aqui ajudou ela."
Larri, sobre o Aberto da Austrália: "A estratégia desse ano para o Australian Open é ir para lá bem relaxado. Vamos cedo, treinar nas quadras do torneio e em alguns dias o Guga já está adaptado. O saibro aqui estava bem rápido. O mais importante vai ser quando a gente conhecer o adversário e passar a trabalhar em cima dele. Eu quero ver o Guga mais tranquilo lá e acho que foi importante passar mais uma semana em casa, já que a temporada terminou muito tarde em 200."