Rio - Apesar das ameaças da Frente Polisário, que luta pela independência do Saara Ocidental, a última etapa do Rali Paris-Dacar no Marrocos foi completada ontem sem grandes incidentes.
Na noite de sábado, um comunicado da Frente lançou um apelo à organização do rali, pedindo que os participantes "evitassem se aventurar" no Saara Ocidental, na etapa de ontem, realizada entre as cidades de Goulimine e Smara. O comunicado dizia que os competidores corriam "riscos quanto à própria vida".
Os organizadores, no entanto, decidiram realizar normalmente a etapa, justificando que o governo local deu todas as garantias de segurança para os competidores.
A decisão parece ter sido acertada: a etapa transcorreu bem, e os únicos incidentes registrados foram quebras e pneus estourados, devido ao terreno cheio de pedras e cascalho que os pilotos enfrentaram por 420km de trechos cronometrados (chamados de especiais).
O francês Jean-Louis Schlesser, atual bicampeão do Dacar e que mantinha a liderança na classificação geral entre os carros, até ontem, foi punido em uma hora e caiu para a oitava posição. O francês teve problemas mecânicos no carro e recebeu ajuda externa, o que é proibido pelas regras.
O novo líder é justamente quem o ajudou, o espanhol José María Servía, da mesma equipe de Schlesser. Servía completou a etapa em segundo, atrás apenas do japonês Hiroshi Masuoka.
Nas motos de até 400cc, Jean Azevedo e Juca Bala, da BR Lubrax, mantiveram o primeiro e segundo lugares, respectivamente.
Juca fez o 26º melhor tempo ontem, e Azevedo, o 27º. O melhor foi o espanhol Isidre Esteve Pujol. Richard Sainct, em quinto, continua em primeiro na geral. Entre os caminhões, André Azevedo foi o quarto.
Já nos carros, Klever Kolberg chegou em 2º na T2.2 e perdeu a ponta na categoria. Reinaldo Varela e Alberto Fadigatti, com um Troller nacional, completaram em 40º e ocupam a 3ª posição na categoria T3.2. Outra dupla, Cacá Clauset e Jorge Nieckle, não completou o percurso até o fechamento dessa edição.