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Morre Adhemar Ferreira da Silva
Sexta-feira, 12 Janeiro de 2001, 10h47
Atualizada: Sábado, 13 Janeiro de 2001, 09h49

Reuters/Arquivo

São Paulo - O bicampeão olímpico brasileiro do salto triplo Adhemar Ferreira da Silva morreu às 9h45 desta sexta-feira em São Paulo aos 73 anos, de parada cardíaca. O atleta, que era diabético, estava internado desde a madrugada de segunda-feira na Casa de Saúde Santa Isabel, na região central da cidade, por conta de uma complicação respiratória provocada por broncopneumonia. O fato não havia sido divulgado.

Na manhã desta sexta, seu quadro clínico piorou e ele foi transferido para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

O atleta, que nasceu em São Paulo em 1927, havia ganhado a medalha de ouro nas Olimpíadas de Helsinki, Finlândia, em 52, e Melbourne, Austrália, em 56. Também foi tricampeão Pan-Americano da modalidade, que praticava desde 1947.

Ele foi o primeiro brasileiro a conquistar uma medalha olímpica no atletismo, e até hoje o único brasileiro campeão em duas olimpíadas consecutivas.

Sua última aparição pública foi na Corrida de São Silvestre, em 31 de dezembro, quando entregou a premiação a Vanderlei Cordeiro de Lima, melhor brasileiro da prova. Adhemar era patrono da prova.

Em 21 de dezembro, ele havia ido a Campo Grande para inaugurar uma pista de atletismo que levava o seu nome.

"É sempre bom receber homenagens, mas quando elas vêm enquanto ainda estamos vivos, é melhor ainda. É um reconhecimento por tudo o que você construiu. Estou me sentindo muito honrado", disse na ocasião.

Adhemar, que, mesmo aposentado, militava a favor do esporte no país, também fazia parte da Comissão Nacional de Atletas, criada para levar as reivindicações dos profissionais do esporte no Brasil ao Ministério do Esporte e Turismo. Ele era formado em direito e educação física.

Adhemar foi à Olimpíada de Sydney, em setembro passado, como comentarista. Ele analisava o atletismo brasileiro como uma atividade "cíclica", em que bons e maus períodos se alternavam. "Falta uma escola,uma continuidade", dizia.

Ele torceu para que seu recorde, o de dois ouros em Olimpíadas, fosse igualado em Sydney pelos iatistas Torben Grael e Marcelo Ferreira (classe Star) e Robert Sheidt (classe Laser), o que acabou não acontecendo. "Já passou da hora de igualar esse recorde", dizia. "Jogos Olímpicos são sempre uma surpresa. Tem que dormir bem e acordar bem para dar tudo certo."

De origem humilde, dizia que o atletismo deu tudo o que teve. "O atletismo foi a minha porta de entrada na cidadania. Foi graças ao atletismo que tive tantas oportunidades."

Veja a biografia do atleta

Confira entrevistas em vídeo com Adhemar

Redação Terra/L!Sportpress/JB Online


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