Rio - Adhemar Ferreira da Silva foi o único brasileiro a conquistar duas medalhas de ouro em Olimpíadas. Paulistano da Casa Verde -morou na mesma casa até morrer-, começou no atletismo aos 19 anos, no bairro do Canindé, por sugestão de um amigo alemão, e especializou-se no salto triplo. Aos 25 anos, disputou os Jogos de Helsinque, na Finlândia, em 1952. Deu seis saltos, quebrou quatro vezes o recorde mundial, que pertencia a ele próprio, ganhou a primeira medalha olímpica do atletismo brasileiro e, ao percorrer o estádio para comemorar o ouro, inaugurou uma prática que seria repetida por atletas de todo o mundo: a volta olímpica. Quatro anos depois, em Melbourne, na Austrália, repetiu a conquista e ainda quebrou o recorde da competição.
Ao todo, Adhemar bateu o recorde mundial do salto triplo sete vezes, além de ter sido pentacampeão sul-americano, tricampeão pan-americano, dez vezes campeão brasileiro e de ter conquistado mais de 40 títulos internacionais.
Na década de 50, ele superou cinco vezes o recorde mundial de sua prova e foi tricampeão dos Jogos Pan-Americanos. Em 1950, em São Paulo, ele saltou 16m e igualou o recorde mundial do japonês Naoto Tajima, que já vigorava há 14 anos. Seu último recorde foi nos Jogos Pan-Americanos do México, em 1955, quando saltou 16m53.
Fora das pistas, Adhemar formou-se em belas artes, educação física, direito e relações públicas. Falava seis idiomas -inglês, francês, alemão, italiano, espanhol e português- e foi adido cultural na Nigéria entre 1964 e 67, logo após abandonar a carreira.
Atualmente, era membro da Comissão de Atletas do Ministério do Esporte e Turismo.
Adhemar Ferreira da Silva faleceu na manhã desta sexta-feira, no Hospital Santa Isabel, em São Paulo.
Diabético, estava internado desde o último domingo.