Rio - O jogador brasileiro Alex, acusado pela polícia francesa de ter falsificado o passaporte, foi enganado pelo clube, o Saint-Etienne, que lhe fez assinar o documento, afirmando que era verdadeiro, disse para a imprensa o advogado do jogador, Celso Sardinha.
Segundo Sardinha, os dirigentes do Saint-Etienne consultaram Alex para saber se ele tinha parentes em Portugal ou de origem européia, e depois apresentaram ao jogador um passaporte português afirmando que era um documento legal.
"Disseram para ele assinar, que era um passaporte verdadeiro, com selo da polícia francesa garantindo autenticidade", disse o advogado, que agregou que Alex só viu o passaporte quando da assinatura e nunca o utilizou nem voltou a ver o documento.
"A pressão sobre Alex foi maior e partiu de um vice-presidente do Saint-Etienne, chamado Foler", diz Sardinha.
O advogado garantiu que Alex não se apresentou ainda para a Justiça francesa para oferecer seu testemunho "por causa do atraso na entrega dos documentos do Comitê que investiga o caso".
Os empresários de Alex, Reinaldo Pitta e Alexandre Martins - os mesmos que administram a carreira do astro Ronaldo, do Inter de Milão -, garantem que o jogador se apresentará "na próxima semana para oferecer todos os esclarecimentos necessários".
Pitta e Martins recordaram que outro jogador do Saint-Etienne, o goleiro ucraniano Levytsky, envolvido numa denuncia semelhante, foi preso depois de dar declarações para as autoridades.
Martins disse que Alex não cumpriu a orientação que recebeu de não assinar o documento proposto pelos dirigentes franceses. "Nós avisamos que ele deveria fazer isso. Tivemos que viajar e depois soubemos do problema. Nossa tarefa foi convencê-lo de que devia explicar para a justiça francesa que cometeu um erro, induzido pelos dirigentes do Saint-Etienne", disse Martins.
Os dois empresários recordaram que quando estourou esse escândalo dos passaportes falsos, Alex atravessava um excelente momento, ocupando o segundo lugar na tabela de goleadores do campeonato francês.