Pelotas - A ruidosa torcida do Brasil de Pelotas anda cabisbaixa pelas ruas da cidade. Não bastasse os triunfos do rival, os torcedores xavantes convivem com uma crise política e financeira que ameaça de fechamento o clube mais popular do Interior do Estado.
A energia elétrica do Estádio Bento Freitas foi cortada, e os salários dos funcionários estão atrasados desde setembro.
O advogado Marino Louzada, único dirigente a se apresentar para o cargo de presidente, condicionou sua candidatura a um patrocinador que garanta, no mínimo, R$ 30 mil mensais. Segunda-feira, o Conselho Deliberativo se reúne. Se não surgir nenhuma empresa disposta a investir na equipe, é provável que o Brasil seja administrado por um colegiado.
"É preciso pôr fim ao vácuo administrativo", atesta o ex-presidente e articulador do processo de sucessão, Cláudio Fabrício Montanelli.
A situação do Brasil fez com que trajar a camisa vermelha e preta –imagem cada vez mais escassa nas ruas de Pelotas– seja senha para a saraivada de piadas dos torcedores do Pelotas.
Apesar da má fase, os xavantes rebatem. Uma das respostas provocadoras insinua que encontrar camisetas de manga longa do Pelotas já é "tarefa de gincana". Afinal, há duas temporadas o clube que atualmente lidera o Gauchão passa o inverno com o departamento de futebol fechado.