Santos - Início de temporada significa treinos físicos intensivos, em período integral, longas horas de isolamento em quartos de hotel, treinos táticos repetidos à exaustão. Enfim, tudo o que boleiro não gosta. No Santos, não é diferente. Mas a equipe santista tem um diferencial: Serginho Chulapa.
O folclórico ex-jogador quebra o clima de seriedade com suas histórias, piadas, irreverência e o eterno bom humor, marca registrada que o acompanha desde os anos em que infernizava as zagas adversárias. Todos se divertem com os "causos" contados por Chulapa, que, ao final de cada piada, solta a gargalhada característica.
“O importante é sempre manter o astral lá em cima. Jogador não gosta muito de treino físico, repetição, então eu procuro sempre estar conversando com a moçada, tentando animar o ambiente”, explica o auxiliar-técnico de Geninho.
Serginho foi contratado, em tese, para controlar as rebeldes estrelas santistas, Rincón e Edmundo. Para a diretoria, Chulapa era a pessoa certa para fazer o meio-de-campo entre as estrelas e o técnico Geninho. Agora, com a saída dos dois, seu papel mudou.
“Desde a minha época de jogador eu sou assim. Para se jogar bem, é preciso alegria. O pessoal tem de estar descontraído e feliz com aquilo que está fazendo”, diz.
O alvo preferido de Serginho Chulapa é o massagista Ari Jarrão. Ari chegou ao Peixe em 1973. Quando Chulapa chegou ao Peixe em 1983, o massagista ficou encarregado de cuidar da família de Chulapa, enquanto o centroavante treinava.Daí nasceu a amizade.
“Eu tenho liberdade com o Ari, afinal nos conhecemos há quase 20 anos. Estou sempre enchendo ele”, ri Chulapa.
Ari nem liga. “Ele é assim mesmo. Estou acostumado”.
Além de massagista, Ari Jarrão é responsável pelo cafezinho. E Chulapa não perdoa. “Nem café você faz direito? Isso está nojento”, e todos caem na gargalhada.
Para Chulapa, a descontração é fundamental no futebol.