São Paulo - Apontado como o padrinho do futebol americano no Brasil pelos integrantes da Associação Brasileira dos Torcedores de Futebol Americano (ABTFA), André José Adler, comentarista e narrador da ESPN há oito anos e um dos criadores da lista Redzone, destacou que um dos pontos fascinantes do esporte é que ele é ``muito democrático''.
Adler disse que, ao contrário do nosso futebol, chamado de ''futebol inglês'' por ele, no futebol americano há uma variedade de biotipos.
``No futebol inglês, se você é ruim de perna, está eliminado. Já no futebol americano o gordinho tem chance, ele vai desempenhar um papel dentro da equipe'', afirmou Adler, sede da emissora.
O comentarista contou que conheceu o esporte nos Estados Unidos, onde mora há 22 anos. Segundo ele, o interesse pelo esporte no país pode ser comparado ao que uma Copa do Mundo desperta no Brasil.
``Pode ter certeza que no dia 28 (quando acontece o Super Bowl, a final do campeonato) tanto o novo presidente dos EUA quanto o que perdeu a eleição vão estar assistindo ao jogo'', disse.
Adler acredita que o interesse dos brasileiros pelo futebol americano está crescendo. Criador da lista Redzone, em 1998, que permite aos torcedores conversar sobre o assunto, ele afirmou que o surpreendente é que as pessoas conhecem bem os jogadores, as regras e os times.
Ele destacou também o interesse dos garotos, que estão jogando o flag football, modalidade semelhante ao futebol americano, criada pelos professores dos colégios Mackenzie Tamboré e Carolina Rennó. No Rio de Janeiro, os campeonatos acontecem na praia, enquanto em São Paulo o palco é o Ibirapuera.
No ano passado, o campeonato na capital paulista foi batizado de Copa André José Adler, o que foi bastante comemorado pelo comentarista. ``Foi muito legal e, à medida que os garotos estão jogando, a popularidade do esporte cresce'', disse.
Adler não acredita que a falta de organização do futebol brasileiro seja uma das razões do interesse pelo futebol americano. Para ele, o esporte ``cresce independentemente da desorganização do futebol brasileiro''.
Mas ressalta: ``O que aconteceu em São Januário nunca aconteceria aqui (nos EUA). Nunca se faria uma partida em um estádio sem condições de segurança''.