Porto Alegre - O Vasco não poderá ter o título da Copa João Havelange registrado na Confederação Brasileira de Futebol (CBF) por ordem da Fifa.
A entidade máxima do futebol proibiu a CBF de organizar o Brasileirão ou proclamar qualquer campeão, enquanto o Congresso continuar investigando o contrato de patrocínio da Nike na CPI em Brasília.
A informação foi divulgada na Assembléia Geral da CBF, segunda-feira passada, no Rio. Com isso, o título de campeão brasileiro do ano 2000 fica vago. Curiosamente, a CBF deixa o Vasco na mesma situação do Flamengo. Para a entidade, o campeão brasileiro de 1987 é o Sport, e não o Flamengo. Naquele ano, o Clube dos 13 organizou a Copa União, vencida pelo time carioca. O Sport venceu o Módulo Amarelo, organizado pela CBF e que não contou com os 16 maiores clubes do País. Como o Flamengo se negou a disputar novas partidas contra os times do Módulo Amarelo para decidir o título, a CBF ignorou a conquista da Copa União.
Não haver campeão brasileiro no ano 2000 não chega a surpreender depois de tantas confusões que agitaram o futebol nos últimos seis meses. Antes de o Vasco levantar a taça no Maracanã, na última quinta-feira, ao derrotar o São Caetano por 3 a 1 na final da competição, houve inúmeros problemas que quase paralisaram o futebol do país no segundo semestre.
Tudo começou quando a CBF desistiu de organizar o Campeonato Brasileiro, depois que o rebaixado Gama ganhou na Justiça Comum o direito de voltar à primeira divisão. O Clube dos 13, então, lançou uma competição com os grandes clubes e mais convidados, sem rebaixamento. Quando parecia que a competição chegaria ao fim, um tumulto na final entre Vasco e São Caetano deixou 159 feridos, depois que um alambrado caiu no Estádio São Januário. O jogo foi suspenso e só disputado 19 dias depois, já no ano de 2001.
Enquanto proíbe a CBF de anunciar o campeão brasileiro, a Fifa segue tratando da polêmica sobre as regras de transferência de jogadores na Europa. A Fifa e a Uefa se reúnem hoje, na Bélgica, e têm até o dia 31 de janeiro para mudar o sistema de transferências no continente que, segundo a União Européia, desrespeita leis trabalhistas.