São Luís - A passagem da CPI da CBF/Nike pelo Maranhão, nos últimos dois dias, comprovou que o Estado é um dos campeões na transação ilegal de atletas e na adulteração da idade de jogadores de futebol. Em 21 horas de depoimentos, os deputados da comissão ouviram 13 testemunhas e pediram a prisão do vice-presidente da Federação Maranhense de Futebol (FMF), o médico Antonio José Cassas de Lima, por falsidade ideológica e falso testemunho. Ele pediu habeas corpus e foi solto duas horas depois.
Cassas de Lima foi apontado pelas testemunhas como um dos chefes do esquema de falsificação de documentos e transação ilegal de atletas para o exterior. Entre as evidências levantadas nos depoimentos, algumas apontam a existência de blocos de certidões adulteradas com o carimbo do Cartório de Registro Civil da 3ª Zona na casa do vice-presidente da Federação. A tabeliã Margarida de Jesus Pinheiro revelou aos deputados da CPI que, em janeiro de 2000, cerca de mil certidões foram roubadas do cartório. O dirigente negou todas as acusações.
Outro depoimento importante foi do ex-jogador de futebol José Raimundo Lopes. Ele admitiu que chegou a adulterar a idade e o nome para poder jogar na Bélgica. Todos os depoimentos da CPI da CBF/Nike colhidos em São Luís foram encaminhados ao Ministério Público do Maranhão. Segundo o promotor de Investigação Criminal do MP, Ronald Almeida, todos os documentos serão analisados “para que sejam aplicadas as penalidades cabíveis”.