Rio - O time de melhor campanha no Gauchão 2001 entra em campo neste domingo disposto a conquistar a primeira vaga no octogonal final do campeonato.
Líder isolado com 16 pontos, o invicto Pelotas enfrenta o Guarani-VA, em Venâncio Aires, sétimo colocado. Mais cinco jogos serão disputados neste domingo, a partir das 18h.
Uma vitória garante a classificação antecipada do Pelotas para a próxima fase. Apostando na conquista dos três pontos, o técnico Guilherme Macuglia deverá escalar todos os titulares para a partida no Estádio Edmundo Feix.
O meio-campo Jorge, um dos goleadores do time, com três gols, é a única dúvida de Macuglia. O jogador levou uma pancada na perna direita contra o Santo Ângelo e sua escalação é incerta.
Único time do Gauchão a jogar no esquema 3-5-2 – com três zagueiros, dois alas e apenas um volante de contenção – o Pelotas tem no sistema tático a principal virtude. Atacando e defendendo em bloco, a equipe não tem um destaque individual.
"Montamos o esquema de acordo com as características de cada um, mas variamos a cada jogo", revela Macuglia, ex-centroavante do Grêmio de 1982 a 1984.
Dos 15 gols marcados, cinco foram de jogadores de defesa, cinco por atacantes e cinco pelos meio-campistas. O goleiro Rafael, o líbero João Miguel, o ala Pedrinho, o meia Jorge e o atacante Assis formam a espinha dorsal do time.
"O segredo é o posicionamento quando estamos sem a bola", revela João Miguel, ex-júnior do Inter e com passagem de dois anos pelo Necaxa, do México.
O sucesso do time, em contraste com a magra folha de pagamento – em torno de R$ 30 mil – já está rendendo ao Pelotas comparações com o São Caetano, vice-campeão e surpresa da Copa João Havelange. Com uma política racional na administração e funcional no futebol, a comissão técnica conseguiu conjugar saúde financeira com futebol de qualidade. Para viabilizar o projeto, o clube saneou as dívidas, contratou jogadores desconhecidos e começou a pré-temporada 50 dias antes da estréia.
"Preferimos trabalhar com homens do que com jogadores de nome. Reafirmamos isso ao grupo, usando o São Caetano como exemplo", conta Macuglia.