Belo Horizonte - A diretoria do Cruzeiro garantiu
nesta quarta-feira que não houve nada de irregular na venda do atacante
Fábio Júnior para a Roma, da Itália, em janeiro de 1999. O presidente
cruzeirense Zezé Perrella assegurou que o clube mineiro recebeu os US$ 15
milhões (cerca de R$ 30 milhões) da Roma via Banco Central.
A suspeita de irregularidade foi levantada nesta
terça-feira em Brasília pelo senador Álvaro Dias (PSDB-PR), que preside a
CPI do Futebol no Senado. Dias declarou que a venda de Fábio Júnior não
consta na lista enviada pela CBF ao Senado. Nessa lista, estão registradas
as 51 maiores transações ocorridas no futebol brasileiro desde a implantação
da Lei Pelé, há cerca de dois anos.
“A CBF enviou duas listas ao Senado. Se a venda do Fábio
Júnior não consta numa, podem ter a certeza de que consta na outra que não
foi divulgada pelo senador”, disse Perrella.
O presidente cruzeirense também afirma ter entregado há
dois meses ao senador Álvaro Dias uma documentação contendo todos os
contratos de compra e venda feitos pelo Cruzeiro nos últimos oito anos,
inclusive a transação de Fábio Júnior.
“Todas as nossas transações passaram pelo Banco Central -
garante Perrella.
Entre 1992 e 2000, o Cruzeiro declara ter movimentado
cerca de US$ 54 milhões (aproximadamente R$ 108 mihões). Perrella disse que
Dias não deve ter checado os tais documentos que recebeu em mãos:
“Pelo visto, ele nem se preocupou em abrir a pasta com
os documentos que lhe entreguei. Se tivesse dado atenção, não teria feito
essas declarações irresponsáveis sobre o Cruzeiro”, irritou-se o dirigente
mineiro.