São Paulo – O Brasil abre nesta sexta-feira sua participação no Grupo Mundial da Copa Davis com a mais fácil chave na Era Guga.
Com Gustavo Kuerten, o Brasil disputa a primeira divisão do tênis desde 97. Neste ano, o time perdeu em casa para os Estados Unidos quando o catarinense ainda nem sonhava que poucos dias depois entraria para a história do tênis ao vencer o Aberto da França.
Em 98, o ex-número 1 do mundo teve uma campanha irregular e o Brasil acabou sucumbindo diante dos espanhóis logo na primeira rodada e foi para repescagem para evitar o rebaixamento.
Nos anos seguintes, com Guga já figurando entre os melhores do mundo, os brasileiros sempre tiveram uma ‘missão impossível’ pelo caminho rumo à final que nem mesmo o ex-número 1 do mundo conseguiu reverter. Em 99, foram jogos contra a França no carpete, piso que ainda não era dominado por Guga. No ano passado, foi a vez da Austrália, que optou por atuar na grama, onde o número 1 nacional apresentar seu pior desempenho.
Deixando os ‘acidentes de percurso’ de lado, o Brasil tem tudo para conseguir, na edição 2001 da Copa Davis, seu melhor resultado na história da centenária competição. Até agora, a chegada às semifinais foi o máximo que o time conseguiu.
Apesar da melhor situação em relação aos anos anteriores e o Brasil poder figurar entre os favoritos ao título, a vantagem nacional é diretamente relacionada com a boa forma de Guga. Uma contusão do tenista ou um dia ruim do catarinense pode colocar tudo a perder, uma vez não há jogadores brasileiros capazes de substituí-lo com o mesmo desempenho.
O time, com Fernando Meligeni, Alexandre Simoni e Jaime Oncins, além de Guga, entra em quadra contra Marrocos como favorito. Confirmando sua condição, terá pela frente o vencedor do confronto entre Austrália e Equador.
Os australianos enfrentam problemas. Patrick Rafter tem sofrido com problemas físicos. Mark Philippoussis recupera-se de cirurgia e está fora do confronto. Mesmo assim, jogando em casa, a Austrália é a favorita no confronto.
Seria a chance de vingança brasileira. No ano passado, o time nacional foi eliminado pelos australianos, que escolheram a quadra de grama para o combate. Dessa vez, é a vez do Brasil receber os jogos e escolher o tipo de quadra. No saibro, dificilmente o time nacional poderá surpreendido.
No caso de o Equador passar, os jogos seriam fora. Mas, assim com o Brasil, os equatorianos têm o saibro como seu piso favorito e baseiam sua equipe em um só jogador: Nicolas Lapentti. Dessa forma, mesmo jogando na casa do adversários, os brasileiros manteriam seu favoritismo.
O primeiro grande obstáculo para o Brasil pode surgir nas semifinais. Passando pelas duas primeiras fases, o time nacional terá pela frente suecos, checos, russos ou eslovacos. Somente no caso de a Eslováquia ser o rival, os jogos serão fora. Caso qualquer um dos outros três avancem, haverá sorteio para definir a sede de um possível confronto com o Brasil.
Dos rivais prováveis, o mais forte é a Rússia, que conta com dois jogadores entre os dez melhores do mundo: Marat Safin, o líder da Lista de Entrada da ATP, e Yevgueny Kafelnikov. Porém, estão longe de ser imbatíveis e carregam uma desvantagem. São os tenistas que mais torneios disputam ao longo da temporada e, como o possível confronto com o Brasil seria em setembro, já chegariam bastante desgastados.
A projeção de uma final, no entanto, é mais difícil. O vencedor dessa chave pega o melhor entre Bélgica, França, Suíça, EUA, Romênia, Alemanha, Holanda e Espanha. Desses oito, os espanhóis, atuais campeões, aparecem como favoritos. Se confirmarem sua situação, enfrentariam o Brasil em desvantagem. Como o último confronto entre os times foi em solo espanhol, dessa vez a disputa seria em quadras brasileiras.
Porém, nas duas últimas vezes em que brasileiros e espanhóis se defrontaram, quem jogou fora de casa levou a melhor.