São Paulo - A primeira reação do colombiano Freddy Rincón à proposta apresentada anteontem pelo Corinthians foi de irritação. Embora deseje voltar ao Parque São Jorge e não pense em encerrar o diálogo com o Timão, o meio-campista deixou evidente a insatisfação.
“Assim como a proposta que fiz ao Corinthians não agradou ao clube. A proposta deles também não me agradou”, disse Rincón na noite de quinta-feira, ao sair do Instituto Cohen, clínica da zona sul paulistana em que mantém a forma física seguindo orientações do fisiologista Renato Lotuffo e do preparador físico Antonio Mello, membros da comissão técnica corintiana.
“O importante agora é conversar. Não posso dizer que estou pronto para voltar para o Corinthians se a gente ainda não se acertou. As nossas propostas estão longe”, afirma o colombiano.
O Corinthians ofereceu a Rincón cerca de R$ 120 mil mensais, teto salarial do clube. Acostumado a complementações nos vencimentos, como pagamentos referentes a aluguel do passe e contrato de imagem, o jogador quer mais. E tem esperança que a Hicks Muse, parceiro corintiano, entre na negociação, que por enquanto é comandada pelo vice-presidente de futebol do Timão, Antonio Roque Citadini.
Liberado pelo Santos para procurar outro clube, Rincón, cujo contrato com o Peixe ainda vigora, está parado desde novembro do ano passado. Há 20 dias, mantém a forma física treinando sozinho três horas por dia, religiosamente respeitadas, e trabalhando com todas as possibilidades. “Você tem de ser realista. Se a minha volta para o Corinthians não se concretizar, não vou entrar em depressão. Vou tocar a minha vida”.
Nem mesmo a hipótese de permanecer na Vila está descartada. “O Santos não acabou na minha vida. Quem me mandou procurar clube foram eles. Tenho contrato”.
Apesar do impasse, o vento a favor que sopra do baixo escalão do Parque São Jorge tem motivado o capitão da conquista do Mundial, maior glória da história corintiana. “Tenho amigos no Corinthians e vontade de voltar a trabalhar com eles. Não é segredo que eu quero voltar para lá. Saí por causa de uma pessoa só (o ex-diretor de futebol Carlos Nujud, afastado há dois meses) e nunca falei que não voltaria mais. Se um dia fui visto mal, hoje me vêem de outra forma, respeitando minha qualidade não só como jogador, mas como pessoa também”.