Hong Kong - A China sentenciou uma ativista a dois anos em um campo de trabalho forçado por ter sugerido ao Comitê Olímpico Internacional (COI) que use o pedido de Pequim para ser sede dos Jogos de 2008 para pressionar as autoridades chinesas a libertar ativistas pró-democracia.
Shan Chengfeng, de 28 anos, foi condenada quando uma equipe de inspeção do COI visitava a capital chinesa no início desta semana.
Chengfeng foi mandada para o campo de trabalho sob a acusação de ``perturbar a ordem social'', disse o Centro de Informação para os Direitos Humanos e Democracia na China, na terça-feira. Sua família foi informada sobre o veredicto na quarta-feira.
A ativista é esposa do dissidente preso Wu Yilong e uma dos 28 dissidentes que assinaram uma carta em 31 de dezembro pedindo ao COI que pressione a China a libertar ativistas encarcerados. Ela foi presa em 15 de janeiro.
Yilong, líder do proibido Partido Democrático da China, de oposição, está cumprindo pena de 11 anos de prisão por subversão.
Na carta enviada ao COI no ano passado, os signatários argumentaram que a repressão chinesa aos dissidentes violava o espírito olímpico.
Eles pedem a libertação dos dissidentes, incluindo os que tentaram registrar o Partido Democrático da China como o primeiro partido de oposição do país em 1998.
O partido foi declarado ilegal e seus 25 membros principais foram presos por subversão. Seu fundador, Xu Wenli, está cumprindo pena de 13 anos e acredita-se que esteja com a saúde debilitada.
Autoridades chinesas estão trabalhando contra o tempo para livrar Pequim de elementos indesejados, incluindo vendedores ambulantes, mendigos e manifestantes, por causa da visita da equipe do COI.
A China acredita que sua condição de país mais populoso do mundo lhe confere uma vantagem sobre os outros quatro concorrentes: Paris, Toronto, Osaka e Istambul. Entretanto, alguns membros do COI e legisladores da Inglaterra e dos EUA são contrários à candidatura de Pequim por causa das violações aos direitos humanos.
O COI deve tomar sua decisão em julho.