Rio - O presidente do Superior
Tribunal do Trabalho (TST), ministro Almir
Pazzianotto, fez severas críticas a Lei Pelé e a Lei
Zico durante Audiência Pública para discutir a Lei do
Passe realizada na manhã desta terça-feira, na CPI da
Câmara, que investiga supostas irregularidades no
futebol brasileiro. O ministro defendeu mudanças na
legislação que regulamenta o exercício profissional
dos jogadores de futebol. As informações foram
repassadas pela Agência Câmara.
Para Pazzianotto, o problema do passe não afeta todos
os jogadores, mas apenas a minoria que ganha mais. Ele
apontou dados da CBF indicando que, dos 12 mil
jogadores em atividade no País, 44,91% dos atletas
ganham até um salário mínimo, 41,63% ganham entre um e
dois salários mínimos, 5% recebem de dois a cinco
salários mínimos; 2,79% de cinco a 20 salários
mínimos; 1,5% de dez a vinte salários mínimos; e
apenas 3,85% deles recebem acima de 20 salários
mínimos.
Segundo o ministro, a legislação deveria determinar
quais as normas da CLT seriam aplicáveis aos
jogadores, e que a futura lei redefinisse a estrutura
e a competência da Justiça desportiva. Ele também quer
a Organização Internacional do Trabalho (OIT) cuidando
do tema.
“São duzentos milhões que vivem do futebol no mundo.
A OIT poderia fixar diretrizes que posteriormente
servissem para uma convenção internacional de trabalho
nessa área”, afirmou Pazzianotto, que pediu também a
revisão da lei que regulamenta a profissão de técnico
de futebol.