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Carpegiani atribui demissão à situação política do clube
Segunda-feira, 19 Março de 2001, 12h51

Rio - Demitido, o treinador Paulo César Carpegiani não quer revelar detalhes sobre a sua saída do Atlético Paranaense. O treinador evita falar sobre as especulações da imprensa paranaense de que ele teria deixado o clube em razão da exigência de dirigentes de lançar no time jogadores que fazem parte de uma lista apresentada por empresários.

“O Atlético goleou o Rio Branco por 5 a 0 e, após o jogo, eu fui chamado para uma reunião quando deixava o vestiário. Inicialmente, pensei que se tratasse da venda do passe de algum jogador. Não era. Os dirigentes fizeram algumas colocações sobre o time e eu não concordei. A reunião não demorou nem dez minutos. Quando eles começaram a falar, eu pedi a palavra e disse tudo que pensava. Falei com a maior franqueza. Não me perguntem o que ocorreu que eu não posso falar. O Atlético vive um momento politicamente complicado e eu não tenho o direito de baixar o nível. Tivemos divergências e eu preferi sair. Não quero que pensem que estou magoado ou decepcionado. Somos profissionais e a decisão foi profissional.”

Carpegiani alega que ao chegar no clube encontrou a equipe desmantelada. O treinador disse que haviam saído alguns jogadores e outros foram negociados após a sua chegada. Teve que montar um time novo, à base de ex-juniores. Mesmo com as dificuldades, Carpegiani lembrou que deixou o Atlético Paranaense numa posição invejável no Campeonato Paranaense.

“O Atlético é líder do campeonato com uma grande vantagem sobre os seus concorrentes. São 11 pontos à frente do Paraná e oito à frente do Malutrom. Perdemos para o Treze só por desatenção. Mas, o Atlético ainda vai jogar com eles em Curitiba e terá todas as condições para obter a classificação.”

Carpegiani fugiu a outras indagações sobre a sua saída, preferindo falar das suas preocupações com o projeto de um clube que está montando em Porto Alegre: O RS Futebol Clube. Ele vai assistir ao segundo jogo do Atlético contra o Treze, pela Copa do Brasil, em Curitiba, e depois viajará à capital gaucha para tratar do projeto de criação do seu clube, que pretende inscrever para disputar o Campeonato Gaúcho do ano que vem.

O RS Futebol Clube já está com toda sua estrutura sendo montada, resultante de uma parceria entre o técnico e um amigo cujo nome preferiu omitir. O novo clube vai disputar inicialmente as competições estaduais nas categorias de juvenis e juniores e, no ano que vem, inscreverá um time para disputar a segunda divisão do estadual do Rio Grande do Sul.

Carpegiani lança o projeto no próximo dia 28 de março e deve fazer um festa de inauguração do novo clube gaúcho, que levará o nome do estado, no dia 20 de abril. O RS Futebol Clube já trabalha com cerca de 60 meninos e, segundo o treinador, reúne condições de abrigar 80 a 100 garotos de todas as camadas sociais que irão fazer iniciação esportiva. A sede do clube fica em Alvorada, município situado na periferia de Porto Alegre. O complexo esportivo já possui quatro campos de treinamento. O treinador revelou ter recusado, recentemente, o convite de um clube estrangeiro.

L!Sportpress


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