Curitiba - Demitido do cargo de técnico do Atlético
Paranaense na noite deste domingo, após a vitória por 5 a 0 sobre o Rio
Branco, Paulo Cézar Carpegiani não se conformou com a decisão da diretoria e
botou a boca no trombone.
“Divergi com a diretoria em vários pontos. Eles me disseram que fariam um
bom time, que tínhamos amolecido o jogo contra o Atlético-MG pela Copa
Sul-Minas e que havia problemas internos no clube. Isso nunca existiu”,
relata Carpegiani. “Não admito interferência no meu trabalho de forma
alguma. Eu não tinha preferência por jogador A ou B. Para mim jogava quem
estava melhor e isso poderia estar causando algum problema dentro do clube”,
disparou Carpegiani, deixando no ar que poderia estar havendo pressão de
empresários na escalação do Atlético.
As declarações de Carpegiani resultaram em um contra contra-ataque da
diretoria atleticana. O presidente Marcos Coelho se mostrou indignado com as
declarações do ex-técnico e aventou a possibilidade de acioná-lo
judicialmente. “ Estou estarrecido com o que o Carpegiani disse. São declarações graves e
mentirosas à respeito do clube. Se ele disse que tinha pressão, vai ter que
provar, pois é a imagem do Atlético-PR que está em jogo”, rebateu
Marcos Coelho ratificou os motivos que levaram a demissão de Carpegiani. “O time estava sem padrão de jogo. Perdemos um Atletiba, a classificação
para a semi-final da Sul-Minas e para o Treze, na semana passada.”
Segundo a diretoria, a demissão teve um caráter técnico e não pessoal e a
razão para o ataque de Carpegiani aos diretores do clube teria sido o abalo
emocional pelo qual o técnico teria passado após a demissão.
“Tenho anos de futebol e já contratei e mandei embora vários técnicos, mas
nunca tinha visto um se abalar desse jeito”, afirma Valmor Zimermann,
diretor de futebol.
A diretoria do Atlético-PR irá anunciar, até esta quarta-feira, o nome do
substituto de Carpegiani. Segundo Valmor Zimermann, um nome, que já havia
sido contatado pela diretoria quando da contratação de Carpegiani, está
muito próximo de fechar o negócio. O técnico Marco Aurélio foi vetado pela
diretoria e, segundo o próprio treinador, não houve nenhum convite por parte
do Atlético-PR.