Rio - O Botafogo é o melhor exemplo de que perder pontos para os times de menor investimento pode causar estragos incalculáveis. A obrigação de vitória é sempre dos que pagam salários mais altos, investem em reforços e têm mais tradição nos gramados. Mas o Glorioso vem se especializando, nos últimos anos, em perder pontos preciosos para os chamados pequenos.
Somada a competição deste ano (ainda em andamento), nos últimos cinco Estaduais o clube só passou de 50% de aproveitamento contra os chamados pequenos em duas ocasiões: em 1997 (quando foi campeão) e no ano passado. Nas duas competições, o time foi comandado por Joel Santana, um especialista em Campeonatos Estaduais.
Em compensação, em 98, 99 e no atual Estadual o time colecionou alguns fiascos. Este ano, dos seis jogos contra os pequenos, o Botafogo só venceu um, contra o Volta Redonda, pela Taça Guanabara. Nas duas primeiras rodadas da Taça Rio, empates com América e Friburguense, no Caio Martins e no Maracanã.
O técnico do Botafogo, Sebastião Lazaroni, lembra os problemas do time mas admite que o grupo pode se motivar mais nos clássicos.
“No primeiro turno, tivemos problemas de preparação, pois os jogadores custaram a entrar em forma. Mas realmente existe a questão da cobrança nos clássicos, a motivação e a atenção podem aumentar nesses momentos”, disse Lazaroni.
O técnico também lembra outro motivo para os tropeços do Botafogo, além das dificuldades que outros grandes tiveram na última rodada. “Os times grandes tiveram compromissos no meio da semana, com viagens e desgaste. Isso sempre influi nas partidas”, disse Lazaroni.
Fábio Augusto concorda com Lazaroni e também chama a atenção para a questão da motivação maior nos clássicos. Para ele, os jogadores têm de enfrentar os pequenos com o mesmo espírito. “Não podemos oscilar tanto. Temos de igualar nossa vontade à deles, pois na qualidade podemos ganhar. O clássico é um jogo mais importante, todos estão vendo. Mas temos de entrar com a mesma motivação em todos os jogos”, disse.