São Paulo - Há oito meses, desde que voltou do Chile, Pereira tenta firmar-se no Corinthians. Com a escalação garantida no jogo de sábado, contra o União Barbarense, em Santa Bárbara d’Oeste, o volante acredita que esteja dando o primeiro passo para fazer o nome no Timão. Literalmente.
"Quando voltei para o Brasil, foi difícil me readaptar. Entrava na equipe, mas sabia que ia sair. Com o Wanderley, estou mais confiante, tendo uma seqüência de jogos".
Pereira chegou durante a Copa João Havelange e, com o Timão mergulhado na crise, teve uma seqüência de quatro partidas como titular sob o comando do ex-técnico Vadão. De lá até fevereiro, mês da chegada do técnico Wanderley Luxemburgo, um pesadelo só.
"Tinha coletivo que eu ficava de fora. Cheguei a pensar: "Será que eu não sei mais jogar bola?" lembra.
Com Luxa, Pereira ganhou quatro chances seguidas de volante, até cumprir suspensão automática na última partida do Paulistão, contra o Mogi Mirim. Mesmo elogiado pelo técnico, o consciente Pereira não se satisfaz.
"Às vezes, apesar de jogar junto, tem companheiro que não tem confiança em você. Por isso, antes de tudo, tenho de conquistar a confiança dos meus companheiros. Depois de conquistar o seu espaço no time, você começa a aparecer para a torcida", diz o jogador, ainda poucas vezes reconhecido pela Fiel nas ruas.
A luta pela auto-afirmação no Corinthians não deixa de ser a busca de uma identidade própria como jogador no Brasil. Nesse sentido, o gosto pelo primeiro nome diz muita coisa.
Em 94, no início de carreira no São Paulo, Pereira não emplacou. Nos quatro anos e meio longe da país natal, jogando pelo chileno Colo Colo, Pereira fez sucesso. "Estou motivadíssimo, lutando para mostrar que posso ser titular".