Belém - Remo e Tuna fazem hoje, às 17 horas, no Baenão, o primeiro clássico do Campeonato Paraense de 2001. Ao contrário de anos anteriores, o confronto entre as duas equipes vem, cada vez mais, perdendo o apelo da torcida. Há quem trate o clássico de hoje como um jogo qualquer, sobretudo pelo desgaste sofrido pela equipe tunante, que há 13 anos se privou de sentir o sabor da conquista de um título estadual.
O pouco interesse dos torcedores - que pouco falaram do clássico durante a semana - se refletiu nos treinos. Tanto no Baenão quanto no Souza pouco se falou da partida de hoje à tarde. Nem mesmo a escrita de “endurecer” o jogo para o Remo, montada pela Tuna ao longo dos anos, foi capaz de otimizar o ânimo da torcida. A maneira pouco ortodoxa com que remistas e tunantes vêm se enfrentando nos últimos anos pode ter sido um dos motivos da perda de atratividade do clássico.
Durante a semana, o assunto ficou reservado apenas aos jogadores e à comissão técnica de ambos os times. O técnico Samuel Cândido, da Tuna, a exemplo de Valter Ferreira, do Remo, prevê um jogo bastante disputado nesta tarde. Por isso, pede a precaução dos seus comandados, sobretudo pelo fato de o time remista vir numa ascendente nas duas competições que está atuando - Campeonato Paraense e Copa do Brasil. “Não sei por que dizem que o Remo está mal, já que está fazendo uma boa campanha nas duas competições. É líder no Paraense (ao lado do Paysandu) e se classificou para a próxima fase da Copa do Brasil. Tem que ser respeitado”, declarou.
Valter Ferreira também fez as suas considerações ao time tunante. Com uma média de idade cinco anos mais nova que a remista, a equipe cruzmaltina exibe um dos grupos mais jovens do Campeonato Paraense. E como juventude sugere disposição em dobro, o treinador remista prevê que a Lusa entrará em campo em alta velocidade. “A Tuna é um time jovem e de qualidade, por isso temos que ter o máximo de cuidado possível com eles”, ressaltou Ferreira.
Nos treinos da semana, pelo menos num aspecto Remo e Tuna convergiram: nas contusões. Por conta de quatro atletas lesionados, Samuel Cândido deixou para divulgar a formação da Lusa somente momentos antes do clássico. A atitude bem pode ser interpretada como uma forma de driblar o adversário. Samuel não esconde que está cauteloso sobre o fato de o técnico azulino ter nas mãos dois atributos que podem beneficiá-lo em campo: os ex-atletas da Tuna e o fato de jogar dentro de casa.
Já Valter Ferreira, antecipou a escalação remista logo no início da semana, fazendo algumas ressalvas, em virtude das contusões de Ivair, Ednilson, Arley e Marcelo Rocha. Desse grupo, Ednilson e Arley foram vetados, enquanto Ivair e Marcelo Rocha jogam. O técnico azulino lamentou, mais uma vez, não poder escalar a mesma equipe por dois jogos seguidos.