Belém - O Campeonato Paraense está ameaçado de paralisação. A previsão é feita pelo presidente do Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) da Federação Paraense de Futebol (FPF), Daniel Lavareda, que afirma ter obtido, extra-oficialmente, informações de que os estádios do Souza, Baenão e Curuzu não reúnem condições para abrigar partidas de futebol. Lavareda já solicitou que o relator do processo que envolve o adiamento do jogo entre Tuna e Águia, de Marabá, Alberto Campos, requeresse os audos da vistoria dos estádios junto aos órgãos competentes - Centro de Perícias Técnicas (CPT), Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Ministério Público.
Caso seja constatado que os estádios não apresentem condições de uso para jogos de futebol, sobretudo os assistidos por grandes públicos, o Remo será o primeiro a sofrer as conseqüências. O clube azulino enfrenta amanhã o Botafogo (RJ), pela Copa do Brasil, e poderá ter o seu estádio impedido, pelo tribunal, de abrigar jogos, segundo informou Lavareda: “Não posso dar uma de Pilatos e lavar as minhas mãos, porque essa questão envolve a própria segurança do torcedor”.
Daniel Lavareda afirma que só tomou conhecimento da situação dos estádios com a iminência do caso entre Tuna e Águia, partida que foi adiada depois que o clube tunante não aceitou a transferência do local do jogo do Souza para o Baenão, a pedido da Mais TV, emissora que patrocina o campeonato.
A FPF se recusa a entregar os laudos da vistoria e garante ter repassado os documentos aos clubes. Tanto o Remo quanto o Paysandu dizem que ainda não receberam os laudos expedidos pelo Centro de Perícias Técnicas, que detectou o maior número de restrições aos estádios. A Curuzu, ao todo, teve 19 pendências que deveriam ser providenciadas, enquanto o Baenão, 17. “A não ser que me provem que as pendências que foram detectadas na vistoria foram cumpridas, aí, sim, não haverá problemas e o campeonato seguirá normalmente”, destacou Lavareda.
Exigências - A diretoria tunante afirma ter se antecipado ao TJD e cumprido com todas as exigências enumeradas no laudo feito no Souza. “Só não fizemos os reparos nas cabines, porque são de madeira e, no caso de superlotação, pode ser um risco”, disse o diretor de futebol Luiz Araújo. Os dirigentes tunantes tiveram de solicitar o laudo do estádio diretamente ao CPT, uma vez que a FPF se recusou a entregá-lo ao clube.
Como Remo e Paysandu não tiveram acesso ao documento, Daniel Lavareda acha pouco provável que os dois clubes tenham executado os reparos necessários para o bom funcionamento de ambos os estádios. “Só espero que tudo fique resolvido amanhã (hoje), pelo bem do futebol paraense”, comentou.
A sessão do TJD que irá apreciar o ‘caso Tuna’ está prevista para começar às 19 horas de hoje, na sede da Federação de Futebol. No ano passado, uma pendência jurídica entre Remo e Tiradentes paralisou o campeonato por quase 20 dias.