Rio - Convocar sempre os melhores em cada posição, estejam os jogadores onde estiverem: no Brasil ou no exterior. Esta é a opinião unânime de ex-jogadores da Seleção Brasileira e de treinadores que comentaram a situação da equipe dirigida por Émerson Leão nas Eliminatórias e concluíram que a competição não é lugar para experiências ou para jogadores que não estejam em atividade e atuando pelos seus clubes.
O treinador campeão do mundo em 1994, Carlos Alberto Parreira, garantiu que Leão cometeu um equívoco ao não convocar para o jogo com o Equador jogadores com a experiência de Cafu e Roberto Carlos. “Cafu tem 90 jogos pela Seleção e Roberto Carlos é um dos melhores do mundo na posição e com longa experiência na Seleção e na Europa, em grandes jogos e em decisões. Eliminatória já é Copa do Mundo e não se pode fazer experiências. Temos que convocar para a Seleção os melhores, sempre, independentemente, de onde estejam jogando.”
Luisinho, ex-zagueiro da Seleção e do Atlético Mineiro, atualmente, auxiliar técnico no Vila Nova, de Minas Gerais, descartaria as experiências, se estivesse no lugar de Leão. “Temos de convocar os melhores sempre, estejam onde estiverem. Acho que a nossa Seleção é reflexo dos problemas que estamos enfrentando. Nosso futebol está mal. O nível é muito fraco. Acabaram com a criatividade. Os responsáveis são o calendário e os nossos treinadores que adotam esquemas para manterem o emprego”, afirmou.
Bebeto, atacante campeão do mundo em 1994, pela Seleção Brasileira considera que Seleção é sempre para os melhores. Não importa onde eles estiverem. “Não se pode abrir mão da experiência, que é fundamental em Copa do Mundo. Foi um grande equívoco do nosso treinador não convocar para o jogo com o Equador Roberto Carlos e Cafu. A experiência deles seria importante para superarmos as dificuldades que enfrentamos lá”, completou.
O mesmo pensa Levir Culpi, treinador do Sport Recife. “Seleção significa os melhores. Não é possível abrir mão disso. Mas o importante é que tenhamos um padrão tático de jogo na Seleção. A partir desse padrão é que poderemos encaixar as peças. Tirar uma aqui e outra ali. A Seleção Brasileira hoje não tem um padrão tático.”