Porto Alegre - Os jogadores do Grêmio serão comunicados nesta sexta-feira pelo presidente José Alberto Guerreiro do fim da parceria com a ISL. O grupo, entretanto, está menos interessado em saber das questões burocráticas com os suíços do que com o atraso salarial.
A situação é preocupante. Há apenas promessas de pagamento. De acordo com os dirigentes, o plantel será reavaliado ao final do Gauchão para se adequar à nova realidade financeira.
Tinga, por exemplo, além do atraso no Grêmio, já não recebia no Botafogo-RJ, onde estava por empréstimo. Soma quase cinco meses sem ver salário. Desde janeiro, quando retornou, o herói do Gre-Nal recebeu apenas alguns vales da direção, os chamados “cala-bocas”, na gíria futebolística, por ter uma das situações mais graves do grupo. O salário de R$ 20 mil, entretanto, este Tinga não viu por inteiro nenhuma vez. Ao contrário: os vales, mesmo somados, não chegam sequer à metade disso.
O capitão Zinho mandou um recado ao ouvir boatos não confirmados de que alguns jogadores escolhidos pela direção estariam recebendo em dia. "Espero que não tenha acontecido isso. Seria uma forma de desestabilizar a nossa união. O atleta nem deveria aceitar receber sozinho", avisou Zinho.
O vice de futebol José Otávio Germano informou que só depois do Gauchão os dirigentes irão reavaliar a situação de cada um para verificar onde economizar.
Os empréstimos dos atacantes Rodrigo Mendes e Warley terminam em julho. O passe do primeiro estava fixado em R$ 2 milhões antes da entrada em vigor da Lei do Passe. Já a permanência de Warley é praticamente impossível: não há como ficar com o jogador sem pagar U$ 14 milhões à Udinese, da Itália.
Outro que terá a situação reavaliada é Zinho, capitão da equipe e um dos goleadores na temporada. O jogador aceita ter o salário reduzido. Mas só se renovar até 2002, sem abrir mão dos atrasados referentes aos R$ 200 mil mensais do contrato anterior.