Por Michelle Araújo
Direto de Florianópolis
O australiano Lleyton Hewitt não fez nenhum esforço para disfarçar a satisfação de quem veio ao Brasil e jogou um tênis irrepreensível contra a equipe da casa, tornando-se peça-chave da equipe australiana. “Não poderia ser melhor. Ganhar nove sets seguidos em frente a um torcida de 12 mil pessoas me vaiando...”, comemorou.
De fato modéstia e diplomacia passaram longe do jovem tenista de 20 anos. “Seria mais fácil se fosse um torneio de grand slam, porque seria em quadra neutra, não teria tanta torcida contra”, gabou-se, pouco antes de tomar uma pequena dose de modéstia. “Sem dúvida é um sentimento indescritível para mim. Ganhar do Guga três sets seguidos é maravilhoso e se eu continuar jogando bem como joguei aqui vou adquirir muita confiança para o resto da temporada”.
Sobre a vitória sobre o Brasil, Hewitt analisa que a partida de sábado, contra Guga e Oncins, foi o passo fundamental. “A gente sabia que ganhar em duplas era fundamental. Só esperava não estar muito cansado contra o Guga, mas me recuperei de dores nas costas e fiz o meu jogo. O Guga estava mais pressionado e isso me ajudou”.
A pouca idade não assusta o cabeludo e emotivo australiano. “Como a Austrália tem forte tradição no esporte, sempre há pressão. Mas defender a Austrália era meu sonho desde os 15 anos, e toda a equipe me dá força...”, afirmou Hewitt, que esteve acompanhado dos pais em Floripa. “É ótimo ter eles comigo, eles adoram o clima de campeonato”.
Sobre a torcida brasileira, que colocava em dúvida a opção sexual do jogador, Hewitt brincou. “Patrick (Rafter) já tinha perguntado se eu era gay e eu falei que não. Tenho que me concentrar no jogo e não dar bola para essas coisas da torcida”.