Belo Horizonte - O técnico Luiz Felipe Scolari foi suspenso por 30 dias, pelo Tribunal Especial da CBF, no Rio de Janeiro, em julgamento realizado nesta quarta-feira. O treinador foi enquadrado no artigo 235 do CBDF (Código Brasileiro Disciplinardo Futebol), acusado por ofensas morais ao árbitro gaúcho Carlos Eugênio Simon, no empate em 1 a 1 contra o Atlético-MG, realizado no dia 28 de fevereiro passado, em Ipatinga, pela semifinal da Copa Sul-Minas.
Após o julgamento, Scolari disse que vem sendo perseguido pelo árbitro desde o tempo em que dirigia o Grêmio. Ele disse que sempre acaba expulso de campo e seu time normalmente perde quando o árbitro é Simon. O treinador apresentou uma estatística dos tempos em que dirigia o Palmeiras. Segundo Scolari, nos jogos dirigidos por Carlos Simon, o seu time só venceu em 10% das vezes, perdendo ou empatando as partidas restantes.
Ari da Frota Cruz, advogado do treinador, prometeu recorrer da decisão, e acredita que Luiz Felipe vai poder trabalhar normalmente até que seja julgado novamente. A alegação da defesa foi de que Simon não tinha condições emocionais para dirigir aquele jogo, já que no dia 12 de fevereiro havia iniciado um processo criminal contra Luiz Felipe na Justiça comum, em Belo Horizonte.
O Cruzeiro tentou provar que o árbitro, acintosamente, começou a perseguição ao técnico desde o início do jogo, exigindo que este ficasse sentado no banco. A partir de então existiram várias atritos, culminando com a expulsão de Luiz Felipe, ainda no primeiro tempo, do banco de reservas. Quando os dois se encontraram, após a partida, no corredor de acesso aos vestiários, também houve agressões verbais.
Para os advogados, o correto seria que Simon, quando recebeu a comunicação da Comissão de Arbitragem da Confederação Brasileira de Futebol, escalado para trabalhar na direção do jogo, deveria ter solicitado a indicação de outro árbitro, já que havia iniciado o processo criminal contra Luiz Felipe.
Após o julgamento, o árbitro Carlos Eugênio Simon disse ter começado a acreditar que a justiça esportiva funciona no Brasil.