Rio - O interesse pelo novo esporte nasceu há algumas semanas, quando viu o "Fenômeno" Ronaldo, hoje seu amigo pessoal, arriscar umas jogadas no Fla-Barra. Ontem, no Itanhangá Golf Club, o goleiro rubro-negro Júlio César realizou o sonho de se iniciar no golfe. Arrancou elogios de jogadores e instrutores que estavam no clube e introduziu um novo estilo num esporte marcado pela formalidade. Ousado, Júlio César desafiou Ronaldo e fez uma comparação corajosa. “Jogar golfe é difícil mesmo. Defender uma bola chutada pelo Romário é mais fácil”.
O goleiro foi recebido por Joedir Cardoso, supervisor do clube. Temeroso, pediu para jogar num campo onde não houvesse ninguém. “Aqui eu vou passar vergonha”, disse, para logo ser informado pelo supervisor de que até os profissionais, às vezes, não acertam a bola. “Então eu posso errar também”.
Enquanto os já iniciados caminhavam pela grama com calças compridas e camisas pólo, Júlio desfilava de bermudão e chamava Joedir, que lhe dava dicas, de "sangue bom" e "maluco". “Sou descontraído mesmo. Vou fazer uma bagunça aqui”.
Logo, no entanto, ele passou a se habituar ao vocabulário e ao jogo. “Olha só o meu drive”, disse, referindo-se a uma tacada longa e, em seguida, diferenciando, pelo nome, cada tipo de taco. Ao acertar um buraco, o goleiro ganhou elogios. “Ele tem porte físico excelente para o golfe. Se continuar a jogar, vai aprender rápido”, disse Joedir.
“Eu aprendo rápido as coisas. Vou treinar mais um pouco. O Ronaldo já está desafiado. Foi por causa dele que eu decidi jogar. Agora, vou treinar para derrotá-lo”, disse Júlio César, acrescentando ser fã do americano Tiger Woods.
O rubro-negro só teve problemas para conseguir tirar a bola de um banco de areia. Tanto que sensibilizou Ana Fulchignon, de 65 anos. Com facilidade, ela acertou a tacada, deu dicas ao goleiro, mas encerrou com um incentivo. “Você vai aprender. Mas tem que olhar mais para a bola”, disse Ana.
“Gostei muito disso. Vou comprar uns tacos. O Ronaldo que me aguarde”, prometeu Júlio.