Natal - A vinda do Flamengo a Natal para partida desta quarta-feira contra o ABC, no Estádio Machadão, pela Copa do Brasil, está trazendo preocupação as autoridades locais. A maior delas é quanto ao problema da superlotação do estádio, cuja capacidade de 45 mil pessoas - devido aos problemas estruturais na marquise e no anel superior - foi reduzida no há dois anos para 20 mil espectadores. A carga de ingressos, dividida entre 15 mil arquibancadas e 5 mil gerais, já está esgotada.
Enquanto torcedores inconformados com o pequeno número de ingressos reclamavam contra a os dirigentes do futebol potiguar, os cambistas vindos até de Recife, cidade distante 285 Km de Natal, faziam a festa ganhando 100% de lucro em relação ao preço normal dos cartões de acesso ao estádio.
Uma arquibancada, na tarde de hoje, não saia por menos de R$ 20, enquanto o ingresso de cadeira numerada batia a casa dos R$ 50. Isso tudo era feito diante da promessa de novos aumentos até a hora do jogo.
Um estudo envolvendo laudos do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea-RN), do Corpo de Bombeiros e do engenheiro José Pereira, calculista do projeto do Estádio João Cláudio de Vasconcelos Machado, foi determinante para decisão das autoridades em não abrir mão da capacidade recomendada, embora o estádio tenha passado por reformas nos pontos considerados mais críticos.
Na tarde desta segunda-feira os dirigentes se reuniram com José Pereira para ver a possibilidade de se colocar uma carga extra de ingressos a venda, mas a solicitação foi negada. "Minha decisão sobre a capacidade de público que o Machadão pode abrigar obedece um laudo realizado há dois anos. Só depois da realização de um novo laudo poderei me pronunciar novamente", disse o calculista do projeto.