São Paulo - Se a temporada do futebol brasileiro durasse seis meses e terminasse sempre em junho, França teria uma média invejável de gols. Desde que estreou no São Paulo, em 1996, o atacante cansa de fazer gols no primeiro semestre e perde o brilho nos meses seguintes. A exceção que justifica a regra é a temporada 99. Naquele ano, ele fez sete gols no primeiro semestre e 25 no segundo (quase o quádruplo). No geral, marcou 82 vezes (incluindo os 21 gols deste ano) nos seis primeiros meses, contra 52 nos demais meses.
Para França, a diferença de aproveitamento tem explicação simples. “As contusões sempre aparecem no segundo semestre. Isso está me prejudicando muito. No ano passado foi assim. Vivi um inferno, principalmente na fase decisiva da Copa João Havelange”, justifica o atacante.
Não é bem assim. Em 2000, entre lesões e contusões, França se machucou seis vezes. Três delas aconteceram no segundo semestre, quando marcou 11 gols. No primeiro semestre, ele não atuou no segundo jogo da final do Paulistão e perdeu partidas do Rio-São Paulo e da Copa do Brasil. Mesmo assim fez 21 gols. “França, como qualquer outro jogador, sofre com o número excessivo de jogos. No primeiro semestre, ainda não tem o acúmulo de viagens, concentrações e jogos”, explica o preparador físico Walter Grassmann.
Outro motivo que pode explicar a queda de rendimento de França no segundo semestre são as fracassadas negociações, geralmente em julho. No ano passado, a Fiorentina por pouco não o contratou por US$ 15 milhões. Se o negócio saísse, ele teria direito a no mínimo US$ 2 milhões. O próprio jogador admite que sentiu e demorou para superar o baque.