Porto Alegre - A história está por se repetir. Idolatrado pela torcida gremista, o atacante Rodrigo Mendes poderá viver o drama de deixar o clube contra sua própria vontade, como já ocorrera em 1998.
O vice de futebol do Flamengo, Walter Oaquim, disse na sexta-feira que o atacante voltará à Gávea em julho, quando acaba seu empréstimo. "Comigo ele sempre terá vez no Flamengo. Rodrigo Mendes é pé-quente", afirmou o dirigente, sem explicar, no entanto, de que forma exigirá a volta do jogador, que pela nova lei que entrou em vigor em março teria direito ao passe livre.
Com os dois gols marcados quinta-feira, contra o Santa Cruz, Rodrigo Mendes já soma 10 na atual temporada. Uma média ainda melhor do que a de 1998. Contratado em agosto daquele ano, marcou 11, sendo 10 no Brasileiro e um em partida amistosa contra o Penharol. "O aproveitamento agora é bem melhor porque tenho entrado e saído do time a todo momento", diz o jogador, que, mesmo assim, ainda não se considera titular.
Um dos responsáveis diretos pela virada do Grêmio em 1998, quando o time deixou a lanterna e por pouco não decidiu o Brasileiro, Rodrigo Mendes chegou a chorar quando o presidente José Alberto Guerreiro, recém empossado, anunciou que o clube não dispunha dos R$ 2 milhões para contratá-lo.
Retornou ao Flamengo a contragosto, uma situação que ele não pensa em viver novamente. "Lá, a torcida não se identifica comigo, pega no meu pé", reclama. Seu plano é negociar diretamente com o Grêmio a partir de 29 de julho, quando, imagina, ganhará o passe, beneficiado pela nova legislação. O oposto do que pensa o Flamengo. "Se o Grêmio quiser ficar com ele, terá que pagar a indenização prevista em contrato", avisa Walter Oaquim.
O preço ainda é o mesmo, R$ 2 milhões. Muito dinheiro, a julgar pela realidade financeira atual do Grêmio. Na sexta, Rodrigo Mendes participou do lançamento do novo uniforme do clube, confeccionado já sem o patrocínio da GM. Desfilou junto com Zinho, Danrlei e Eduardo Costa.