Florianópolis - A Chapecoense, rebaixada para a Segunda Divisão, corre o risco de não terminar o Catarinense. Indignados com os salários atrasados desde fevereiro, os jogadores tiveram na segunda-feira uma reunião com o presidente Luiz Alberto Crispim e decidiram não jogar contra o Figueirense e rescindir os contratos. A decisão somente será revista com o pagamento das folhas de abril, março e metade de fevereiro. Crispim distribuiu na segunda os últimos R$ 2,3 mil da patrocinadora, que rendeu apenas R$ 100 a cada atleta.
Sem entrar num consenso, a Chapecoense começou a se desintegrar. O zagueiro e capitão Clésio não agüenta mais: “Envelheci dois anos nestes últimos seis meses”. Ele afirma que tem em torno de R$ 5 a R$ 6 mil para receber e só não tinha ido embora ainda pois conseguiu dinheiro com sua sogra e o empresário José Paraíba Telles para pagar contas de luz, colégio e alimentação para sua família.
O jogador Serginho perdeu celular e não conseguiu pagar os R$ 2 mil do parto de seu filho Luca, que nasceu há 15 dias em Caxias. Serginho disse que conseguiu se sustentar nestes dias com o que sobrou de seu contrato com o Juventude. O volante Carlinhos Itaberá promete ir à Justiça. Ele e Roberto pertenciam ao grupo de nove jogadores que moravam e uma casa alugada. Suas refeições eram a base de arroz, feijão, massa e sanduíche de mortadela.
Outros cinco atletas que moravam em hotel já haviam sido despejados. O funcionário José de Lima teve que vender o freezer para poder comprar comida e pagar as contas de água e de luz. Neste ano ele recebeu apenas o salário de janeiro e um vale de R$ 150.
O presidente Luiz Alberto Crispim afirmou que vai tentar conseguir dinheiro. Uma das opções seria o empréstimo de Robson Mezalira para o Criciúma ou Figueirense. Crispim afirmou ainda que a Chapecoense joga com o Figueirense nem que seja com os juniores.