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Ex-pupilo de Telê, Ronaldo Luís é bedel no Mamoré
Sexta-feira, 04 Maio de 2001, 09h18
Atualizada: Sexta-feira, 04 Maio de 2001, 09h20

Aos 34 anos, o jogador atua como volante e vive no modesto alojamento do clube, em Patos de Minas

Por Sérgio Roxo

São Paulo – Dezembro de 92, o então lateral-esquerdo do São Paulo, Ronaldo Luís, salva uma bola em cima da linha na partida contra o Barcelona e garante o primeiro título mundial de Telê Santana. Abril de 2001, o agora volante Ronaldo Luís é o capitão do Mamoré, time que sob o comando de Renê Santana, filho do ex-treinador, terminou em terceiro lugar na primeira fase do Campeonato Mineiro.

Nesse período muita coisa mudou na vida do jogador. Os tempos de glória ficaram para trás. Hoje, mora no modesto alojamento do time mineiro, não tem carro, ganha pouco (segundo suas próprias palavras) e comemora o fato de poder voltar a jogar depois de quase 6 meses de desemprego. “Estou muito feliz. Não tenho mais essa ilusão de ter um bom carro. Essas coisas não importantes. Antigamente, não podia chegar no clube sem um carro zero, hoje não ligo.”

Ronaldo e Renê já se conheciam do tempo em que o jogador defendia o São Paulo sob o comando do pai do atual técnico do Mamoré. “Quando soube no começo do ano que ele estava disponível, mandei contratar imediatamente”, afirmou o técnico. O bicampeão mundial estava sem clube no começo de 2001, simplesmente porque ninguém havia demonstrado interesse no seu futebol. Desde que deixou o São Paulo em 96, passou por Cruzeiro, América-MG, Coritiba, Vasco, Avaí e São Raimundo. Apesar das andanças, o futebol lhe rendeu, em bens materiais, apenas um apartamento. “Nunca fiz um bom contrato. Por isso, foi difícil juntar um grande patrimônio.”

Com 34 anos, o jogador foi transformado em volante ao chegar ao Mamoré e vem agradando pelo seu papel dentro e fora de campo. “Ele funciona com uma espécie de auxiliar-técnico, já quem tem muita experiência. Quando não consigo passar alguma coisa durante a partida, chamo o Ronaldo Luís e ele faz os jogadores assimilarem o que quero.”

Além do fator financeiro, a experiência também foi fundamental para decisão de colocar o jogador para morar no alojamento, onde funciona com uma espécie de bedel. “Estando lá, ele pode conversar e aconselhar os mais jovens todos os dias”, diz Renê. No contato com os novatos, Ronaldo Luís sempre se preocupa em repetir um dos ensinamentos do antigo mestre Telê: “Futebol é simples e exige dedicação. Não é preciso ser craque para brilhar no futebol hoje, basta se esforçar.”



Redação Terra


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