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Lori Sandri busca o maior feito da carreira com o Botafogo-SP
Sábado, 12 Maio de 2001, 02h04
Atualizada: Sábado, 12 Maio de 2001, 02h05

Ribeirão Preto - Lori Sandri passou boa parte de sua carreira no futebol árabe, onde colecionou a maioria dos seus títulos. No Brasil conseguiu campeonatos estaduais e ajudou equipes modestas como o Juventude a conquistar títulos importantes. No Botafogo ele tenta repetir a dose, conduzindo uma equipe desacreditada e jovem, cuja folha de pagamentos não se iguala ao salário de algumas estrelas do futebol paulista.

O que representa para você conduzir um time do interior a uma semifinal de Campeonato Paulista com a possibilidade de chegar a uma final?

Lori Sandri: É um marco na história do clube, algo em termos de carreira para mim depois de tanto tempo longe do futebol paulista (14 anos) e representa a abertura de muitas portas.

L!: Este é o maior feito da sua carreira? Pode ser comparado à conquista do título gaúcho com o Juventude quando vocês conseguiram desbancar a dupla Gre-Nal?

LS: Se chegarmos à final, sim, pois o futebol paulista em termos de projeção é imbatível. Mas analisando a conquista de um campeonato gaúcho pela primeira vez na historia daquele estadual é um grande marco, pois foge da normalidade.

L!: Que paralelo você pode traçar do trabalho feito no Juventude campeão gaúcho e no Botafogo aspirante ao título paulista?

LS: Os dois times se igualam pela simplicidade. Você trabalha o lado como se fosse alguém que saiu da favela e venceu no Brasil porque são clubes que lutam contra tudo e todos. Seria o pobre saindo da miséria (risos) e atingindo a burguesia.

L!: Você acha que independente do que ocorrer amanhã, seu time já é vencedor?

LS: Muito mais do que isto, pois hoje o Botafogo já escreveu esta campanha na sua história. Ele é o grande vencedor deste campeonato.

L!: Qual o segredo desta equipe do Botafogo que é a mais barata do Campeonato Paulista?

LS: É a vontade de vencer de cada jogador, o grupo se uniu em torno de um objetivo e sabemos da necessidade que eles têm de crescer na profissão e tudo isto girou em torno de objetivos que buscamos por etapas.

L!: O elástico do Botafogo já esticou no máximo?

LS: Esticou bastante, principalmente dentro do que se previa antes com o risco de rebaixamento.

L!: Ele arrebenta amanhã ou suporta um pouco mais?

LS: Não. Pode permanecer um pouquinho mais esticado e se formos felizes até alcançar um ponto mais alto.

LS: Ficou mais equilibrado, embora a Ponte esteja dois anos com o mesmo treinador, com o mesmo trabalho se preparando para este momento. Chegamos de repente como intrusos e eles não estão gostando disso não...

L!: Esta campanha pode fazer o Botafogo reviver seus bons tempos daqui para frente?

LS: Se os dirigentes se conscientizarem da grandeza do clube certamente. O Botafogo tem tudo para ser grande, basta adequá-lo e prepará-lo melhor para isto. Não dá mais para se preocupar com o piso, com a goteira no vestiário.

L!: Quais são os melhores técnicos do Brasil?

LS: O Luxemburgo dentro de campo para trabalhar com inteligência e o Luis Felipe dentro do estilo dele.

L!: O que funciona mais? O estilo Felipão ou o estilo Luxemburgo?

LS: É difícil dizer pois os dois são vencedores e devem ser respeitados e podem trabalhar numa Seleção.

L!: Como você analisa o momento da Seleção Brasileira e a última lista de convocados do Leão?

LS: Não vamos falar de Leão e dos jogadores. Vou fazer uma pergunta. Em qualquer lugar do mundo o técnico campeão de 94 seria o de 98. Por que ele (Parreira) não foi o treinador? Por que o Luis Felipe não aceita dirigir a Seleção? Estas perguntas dão um horizonte do que é o futebol brasileiro.

L!: Você saberia respondê-las?

LS: Sim, mas prefiro ficar na minha. Temos que trabalhar em cima de outras coisas que cercam o futebol. Coisas que prefiro não me envolver, pois se você fala passa a ser perseguido e tem problema na sua carreira.



L!Sportpress


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