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Corintiano Ricardinho aprimora o chute com a chapa do pé
Terça-feira, 15 Maio de 2001, 00h14

São Paulo - Didi inventou a "folha seca". Rivellino consagrou o "elástico". Tanto pelos chutes de queda repentina do primeiro quanto pelos dribles em forma de "s" do segundo, o que espantava o torcedor era a precisão de ambos ao aplicá-los. A mesma precisão vista no chute salvador de Ricardinho, que determinou a virada corintiana sobre o Santos e a classificação à final do Paulista aos 47 minutos do segundo tempo.

O chute de "chapa", com o lado interno do pé, vem tornando-se uma característica cada vez mais saliente no futebol do meio-campista, que não esconde a preferência pela precisão desse tipo de lance. “Se o chute saísse com o peito-do-pé, a possibilidade de bater em alguém ou ir no meio do gol era muito grande. Você não tem muita direção com o peito-do-pé. A precisão de tocar com a chapa do pé é bem maior”, explica Ricardinho.

“Você coloca a bola e tem muito mais facilidade para tirar do goleiro. Pode perguntar para eles. É bem mais difícil pegar uma bola dessas”.

Dos 43 gols com a camisa corintiana, Ricardinho usou a chapa quente do pé esquerdo na maioria deles. “Mas depende muito do momento. Nesse ano, contra o São Caetano, fiz um gol de bico”, lembra. “Esse no último minuto do jogo contra o Santos foi o mais importante da minha carreira”, classifica.

A batida de chapa é aperfeiçoada exaustivamente nos treinos. Na semana passada, nos exercícios de finalização em Serra Negra, a apurada técnica nos chutes de curta e média distância de Ricardinho provocou um comentário bem-humorado do goleiro Maurício, cansado de tomar gols: "Pára, Ricardo! Já tá bom". “Isso é repetição e muito treino. Por isso vem dando certo nos jogos”, justifica o "chapa corintiano".

O início de carreira nas quadras de futebol de salão do Paraná Clube também é lembrado pelo herói. “No salão, até o passe é de chapa porque exige uma precisão maior. Desde pequeno, sempre treinei chutando dessa maneira”, conta.

Além do refinamento técnico, outra característica saltou aos olhos da torcida no gol que sepultou os santistas: a frieza de Ricardinho, um chapa quente de cabeça fria. “É o meu jeito de ser. Eu me envolvo com o jogo, mas sou tranqüilo. Em uma hora como aquela, não adianta se empolgar e encher o pé”, receita, mostrando o caminho que levou o Corinthians às finais.



L!Sportpress


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