São Paulo - Em sua última audiência pública, nesta quinta-feira, a CPI da Nike discutiu patrocínio, contratos de marketing e direitos de transmissão dos jogos de futebol, informou a Agência Câmara.
O diretor da Globo Esportes, Marcelo de Campos Pinto, disse que o calendário do futebol brasileiro é complicado e desorganizado, o que acaba afastando o torcedor e o patrocinador dos estádios brasileiros.
Segundo ele, 70 por cento das receitas dos clubes de futebol vêm de contratos com a televisão.
O diretor criticou a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), afirmando que a entidade ``está mais preocupada com a seleção brasileira e esqueceu-se de organizar o futebol interno''.
O presidente da Panamerican Sports e representante da Hicks Muse Tate and Furst, John Richard Law, defendeu a modernização dos estádios para dar maior segurança ao torcedor.
A Hicks Muse tem acordo de patrocínio com o Corinthians e o Cruzeiro. A empresa tem ainda 49 por cento das ações da Traffic, cujo contrato com a CBF está sendo investigado pela CPI.
O presidente da Comissão, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), lembrou que, na busca por investimentos, não se pode esquecer de que o torcedor não pode ficar em segundo plano na relação futebol-empresa.
Para o relator da Comissão, deputado Silvio Torres (PSDB-SP), nesses sete meses de debates ficou claro que o futebol brasileiro precisa ser reestruturado.
Ele disse que seu relatório será apresentado no dia 23 aos integrantes da CPI, para ser votado nos dias 28 e 29 de maio.