Rio - Apesar da descrença geral, o presidente do Santos, Marcelo Teixeira, jura que vai até o fim na tentativa de anular o segundo jogo da semifinal do Campeonato Paulista contra o Corinthians. Respaldado na ação protocolada na quarta no Rio de Janeiro, o dirigente deu à iniciativa do Peixe ares de cruzada pela moralização do futebol.
“Não é simplesmente uma questão de resguardar os interesses do Santos. Eu acredito que estamos prestando um serviço ao futebol brasileiro”, afirma Teixeira.
O Mandado de Garantia redigido pelo departamento jurídico do Santos foi protocolado às 18h15 de ontem no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), no Rio. O pedido encontra-se em poder do presidente da entidade, Luiz Zveiter.
A expectativa dos advogados do clube é que o STJD decida ainda nesta quinta se concede ou não liminar ao Santos interrompendo o Campeonato Paulista. Por meio de seus assessores, Zveiter avisou que dará um parecer, no máximo, até sexta.
A diretoria alvinegra decidiu pedir a anulação da partida em que o Peixe foi derrotado pelo Corinthians por 2 a 1. O resultado determinou a eliminação santista do torneio. Depois, descobriu-se que Wanderley Luxemburgo, Ricardinho e Maurício utilizaram um ponto eletrônico que permitia a comunicação entre eles durante a partida. O uso do aparelho foi proibido pela CBF na semana passada, assim que o caso se tornou público.
“Este expediente é antiético e ilegal”, reclamou Marcelo Teixeira ao anunciar a decisão. O presidente santista considera normal a descrença de alguns juristas quanto ao sucesso da ação. O vice-presidente corintiano, Antonio Citadini, chegou a ironizar a decisão.
“Eu acho normal. Cada um pensa e diz o que quer. Eu só acho estranho que estejam todos se manifestando sobre o assunto sem ter tomado conhecimento quanto ao teor do mandado”, reclama Teixeira.
Também advogado, o presidente vai na direção oposta ao que disse o advogado especializado em direito esportivo, Marcelo Krieger. Para este, tudo o que não está proibido na regra é permitido. “Depende. Se não existe referência na regra quanto ao ponto, não significa que pode ser usado”, interpreta Marcelo Teixeira.