Rio - Apesar do ambiente de instabilidade causado pela falência da ISL, decretada na última segunda-feira, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, afirmou que não renunciará ao cargo. Para ele, o momento ainda não é de crise, mas a entidade precisa agir rápido para resolver as questões que ficaram pendentes com a saída da empresa suíça de marketing esportivo.
Entre as principais preocupações estão a definição de quem ficará com os direitos de televisionamento da Copa do Mundo de 2002 e saber o destino da verba paga pela Rede Globo pelos direitos de transmissão da competição. A rede de TV brasileira pagou cerca de US$ 42 milhões (aproximadamente R$ 85 milhões) ao agente de marketing da Fifa, mas Blatter admitiu não saber onde foi parar o dinheiro.
“Precisamos nos certificar se este dinheiro foi utilizado pela ISL para cobrir outras despesas, o que seria extremamente injusto. Provavelmente o dinheiro foi para alguma conta que não pertence ao setor que controla as cotas de televisionamento”, completou.
Lennart Johansson, presidente da Uefa, alertou Blatter através de um memorando oficial da necessidade de uma convocação emergencial do Comitê Executivo da Fifa, para que fosse esclarecido o impacto da falência da ISL. O presidente da Fifa, no entanto, preferiu manter o encontro para dia 12 de junho, em Zurique. Ele não descartou a possibilidade de que o conselho opte por sua saída do comando.
“Não vou renunciar agora, pois fui nomeado. Caso o desejo seja pela minha saída, esta decisão terá que ser tomada pelo Comitê Executivo, a maior instância da Fifa”.
Após uma reunião do Comitê Financeiro da Fifa, Blatter aproveitou para reafirmar que os atuais problemas em nada afetarão a realização da Copa do Mundo de 2002. A empresa alemã Kirch deverá cuidar dos contratos de direitos de televisão cuidados pela ISL. Já os contratos controlados pela ISMM foram negociados pela própria empresa, segundo Blatter.