Bogotá - A Igreja Católica expressou esta quinta-feira seu apoio à celebração da Copa América de futebol na Colômbia e pediu aos grupos guerrilheiros e paramilitares que manifestem publicamente seus compromissos para que o torneio seja realizado "em meio à paz absoluta".
"Estamos dispostos a dar nosso apoio aos organizadores, esportistas, visitantes e comunicadores para que este evento (que será realizado entre 11 e 29 de julho) transcorra como o melhor sinal da irmandade", destaca o comunicado lido à imprensa pelo presidente da Conferência Episcopal Colombiana, monsenhor Alberto Giraldo.
O prelado, que também é arcebispo da cidade de Medellín (noroeste), pediu aos colombianos "que façam da Copa América a grande oportunidade para que o continente estreite seus laços de solidariedade com nosso povo e com o objetivo fundamental da paz".
Monsenhor Giraldo destacou que a Arquidiocese de Medellín, o município e o governo do departamento de Antioquia, do qual essa cidade é capital, convocaram "todos os cidadãos, sem exceção, a expressarem de forma inequívoca a adesão e compromisso para que a Copa América se celebre com uma paz absoluta".
"Queremos dirigir esta convocação, com especial ênfase, aos guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) e do Exército de Libertação Nacional (ELN), assim como aos paramilitares (de ultradireita) e a todas as organizações armadas fora da lei, para que manifestem sua solidariedade com esta proposta através do meio de comunicação que considerarem mais adequado", afirmou.
O presidente da Confederação Sul-americana de Futebol (CSF), o paraguaio Nicolás Léoz, anunciou na quarta-feira que os dirigentes do futebol do continente se reunirão na próxima terça-feira em Assunção para decidir se a Copa América será realizada na Colômbia, país que sofre com uma onda de terrorismo que nas últimas quatro semanas atingiu cinco das sete cidades que receberão o evento.
O governo do presidente colombiano, Andrés Pastrana, e os meios de comunicação intensificaram a campanha de defesa do país como sede do evento. Em 1986 a Colômbia desistiu de organizar a Copa do Mundo de futebol por alegar problemas econômicos.