Fernando Eichenberg
Direto de Paris
“O Guga me pegou de surpresa. Não pensei que fosse começar o jogo daquela maneira”, disse, ainda surpreso, Yevgeny Kafelnikov, após a derrota para o brasileiro. Guga disse que tentou iniciar o jogo impondo um ritmo forte para desestabilizar o adversário. A estratégia deu certo, pois suas bolas estavam certeiras. “Estava pegando na bola mais cedo, e me movimentando na quadra o máximo que podia. Sentia a bola na raquete bem melhor em relação ao último jogo”.
Guga prevê um jogo difícil nas semifinais do Aberto da França, contra o espanhol Juan Carlos Ferrero, um dos únicos três jogadores para quem o brasileiro perdeu esse ano em quadra de saibro (os outros dois foram o australiano Lleyton Hewitt e o bielorusso Max Myrni). Sua boa atuação, hoje, lhe deu mais confiança para lutar pelo tricampeonato em Roland Garros. “Hoje, já me vi novamente em boas condições para chegar à final. E acho que agora jogarei mais solto, sem pressão, e poderei arriscar mais, pois agora só tem cara fera, todos os que restaram têm chances e estão jogando tênis suficiente para ser campeão”.
O brasileiro, que praticamente ganhou uma sobrevida no torneio depois da sofrida vitória contra o norte-americano Michael Russell, brincou: “Com uma chance, já incomodo. Se me derem outra chance, incomodo mais ainda.” Para o jogo dessa sexta-feira, Guga acha que terá pouco o que fazer tecnicamente, algo a preparar taticamente, e o resto será a preparação física.
Guga e Juan Carlos Ferrero farão uma preparação diferente para a semifinal da próxima sexta-feira. Amanhã, o brasileiro, como de hábito, fará exercícios físicos e treinará durante uma hora em Roland Garros, à tarde, com o técnico Larri Passos.