São Paulo – Semifinalista da edição 2001 do Aberto da França, o brasileiro Gustavo Kuerten creditou à sua ousadia a vitória desta terça-feira em cima do russo Yevgeny Kafelnikov, adversário a quem derrotou nas duas vezes em que foi campeão e Roland Garros e mais uma vez encontrou no caminho rumo ao tri. “Quando a minha primeira bola entrou em jogo eu já estava sentindo-a bem melhor na minha raquete, do que no jogo contra o (Michael) Russell (no último domingo). Eu sabia que tinha que começar bem no jogo, até para surpreendê-lo um pouco, e mostrar que eu estava sólido. Ele esperava que eu jogasse mais cruzado e eu estava indo mais para a parelela e arriscando mais do que o normal. No Masters, em Lisboa, joguei assim com ele e deu certo,” afirmou Guga.
“Tenho agora que desfrutar um pouco disso. Passei por uma maratona antes desses jogos e não é todo dia que você está na semifinal de um Grand Slam. Tive as melhores sensações da minha vida no tênis nesta quadra central de Roland Garros e vou lutar muito para estar pela terceira vez na final.”
A vitória ainda dá esperanças a Guga de terminar Roland Garros como número um do mundo. Mas ele não depende apenas de seus resultados. Se o americano André Agassi chegar à final, vai ultrapassar o brasileiro mesmo que não seja campeão.
“Já estão dizendo que o Kafelnikov é o meu amuleto e tomara que seja mesmo, mas não é isso que vai me fazer ganhar o torneio. Os jogos contra o Kafelnikov são sempre como jogos de xadrez, em que um ponto pode mudar tudo e você tem que estar focado, no jogo o tempo todo. Agora me vejo com boas chances de ganhar outra vez, mas vou ter que estar muito forte mentalmente.”
O brasileiro ainda brincou com o elogio do Russo, que o comparou ao pintor Picasso. “Ele falou isso porque nunca me viu desenhando. Talvez eu possa fazer mágica na quadra, mas quando pego o papel sou como um jogador do qualifying.”